Gravidez e sangue Rh-

Apercebi-me que nem toda a gente está a par do que significa estar grávida e ter sangue Rh-. Li algures que apenas 15% da população possui sangue Rh-, por isso a maioria das grávidas não tem este "problema" e como tal não é muito falado. A Licas fez um texto óptimo com os termos todos certinhos que podem, e devem, ler aqui, eu deixo-vos aqui a minha experiência e pelas minhas palavras o que ter sangue Rh- significa para uma grávida. O meu tipo de sangue é A Rh-, o do António é A Rh+ (para saberem mais sobre tipos de sangue vejam aqui), isso quer dizer que podemos ter filhos com sangue A Rh-, A Rh+ ou O Rh+, O Rh- dependendo das combinações dos nossos genótipos (para saberem mais sobre combinações sanguíneas vejam aqui). Durante uma primeira gravidez, o perigo de complicações é menor no caso de a mãe nunca ter tido um aborto ou levado uma transfusão sanguínea (situações mais comuns para haver exposição a sangue com outro factor Rhesus). Mas uma mulher pode ter tido um aborto e nunca chegar a saber que esteve grávida, por isso, a vigilância deve ser mantida logo na primeira gravidez. A vigilância é feita através de uma simples análise ao sangue, Prova de Coombs Indirecta. Esta análise detecta a existência ou não de anticorpos no sangue da mãe que reajam ao feto como sendo um intruso ao corpo da mãe. Isto acontece no caso do sangue do feto ser factor Rh+, ou seja, contrário ao da mãe (para saberem com as letrinhas todas o que isto significa leiam o texto da Licas). Se o resultado da análise for negativo então tudo está a decorrer na normalidade, e entre as 28 e as 32 semanas de gestação, é aconselhável levar uma injecção de Gamaglobulina Anti-D que vai impedir a formação destes anticorpos. Após o parto é testado o tipo do sangue do bebé, e no caso de ser Rh+ (a Joana nasceu com A Rh+) a mãe leva uma nova injecção, esta sim essencial para que as gravidezes subsequentes decorram em normalidade. Nas gravidezes seguintes, a vigilância é basicamente a mesma. Para o meu obstetra não tenho uma gravidez de risco, mas pelos vistos nos hospitais públicos, uma mãe com sangue Rh- é seguida nas consultas da especialidade de Alto Risco. Na minha opinião, havendo a vigilância correcta não existem motivos para alarme! Pelo o que o meu obstetra também me explicou durante a gravidez da Joana, os bebés nascidos de mães com Rh-, têm mais probabilidade de desenvolver ligeiras icterícias à nascença, o que também não tem de ser preocupante. A Joana não teve nada e felizmente para ela, quando for a altura dela ser mamã tem menos uma coisa com que se preocupar porque é Rh+. Espero que este texto tenha sido esclarecedor e por favor se acharem que é necessária alguma rectificação ao que foi escrito, digam, para poder torná-lo o mais correcto possível.