quarta-feira, março 02, 2005

Mana, tia, ama, miguitla...

Hoje quero fazer uma homenagem à minha mana. A minha mana é a mais nova de 3 irmãos (sendo eu a mais velha) e tem a bonita diferença de 11 anos aqui da je! Ora é por estas e outras que sempre tive um sentimento maternal em relação a ela! Muitas fraldas de pano eu troquei e lavei arrrgggghhhh! Muitas músicas de embalar eu cantei (não muito mal...) Eu não era a amiga das brincadeiras... era o mano do meio. Eu não era com quem discutia o futebol ou os filmes de acção... era com o mano do meio. Eu não tinha metade da cumplicidade com ela... que ela tinha com o mano do meio. Eu não tinha as brigas que ela tinha... com o mano do meio. Mas era uma coisa! A mana mais velha! Que lhe dava mimo e prendas fixes por tudo e por nada. Que a levava para a praia... a ela e ao carregamento de sandes! Que inventava brincadeiras loucas para ela e as amigas nas festas de aniversário! Tem quase 19 anos e já passou por coisas enquanto criança que poucos viveram mesmo sendo adultos. Foi obrigada a lidar com situações que nenhuma criança devia conhecer. Aos 14 anos a mãe que era a super-mãe de serviço não conseguiu resistir mais a um malvado cancro. Aos 14 anos, a mana velha casou e saiu de casa. Aos 14 anos o mano do meio com 22 anos, compincha para tudo, também nos foi roubado sem qualquer aviso nem preparação. Aos 14 anos deixou de ter uma casa de 5 pessoas cheia de visitas constantes de amigos e familiares, para uma casa vazia e triste com apenas 2 pessoas e visitas menos frequentes. Foi-se abaixo pois claro, e sinto que não teve o acompanhamento suficiente. Já a senti arrebitar várias vezes e a deixar-se abater outras tantas. É difícil deixar de ser o querubim da casa. É difícil lidar com tantas perdas nesta idade. Mas enfim, a vida prega-nos estas partidas e nós não temos como fugir. Aos 18 anos a minha mana mais nova prestou-me o maior serviço de sempre! Quando tive de regressar ao trabalho não queria deixar a Joana nem num infantário nem numa ama. Gostava que ela ficasse em casa pelo menos até ter um ano de idade. E enquanto procurava pessoas para ficarem cá em casa a ideia surgiu. A minha mana queria emprego e eu queria alguém de confiança... e voilá! Tornou-se a ama da minha menina! Foi graças a ela que nunca me custou voltar ao trabalho. Foi graças a ela que nunca me preocupei se a Joana estava a ser bem-tratada. Foi graças a ela que a minha filhota teve sempre atenção exclusiva até ao primeiro ano. Foi graças também a ela que a minha filha é o que é hoje! Por isso, mana. Como as coisas têm de ser ditas enquanto é tempo. E como eu acho que tu mereces o reconhecimento público. OBRIGADA! Só uma mãe pode compreender o valor daquilo que me deste. Gosto muito de ti! Só quero o melhor para ti! E gostava muito de te ver com um rumo traçado e convicta daquilo que queres para o futuro! Mil beijos especialmente para ti. A mana velha.

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