terça-feira, junho 21, 2005
Amamentação parte XVII e 2/3...
Tenho um quisto que infectou no lóbulo da orelha direita. Não uso brincos há anos, mas mesmo assim, o malandro do mini-quisto de longe a longe resolve infectar. Desta vez, ando assim há uma semana. Ontem tive de ir ao médico.
O médico é o tal que acha que já devia ter parado a amamentação quando a Joana tinha uns 9 meses... o pior (para ele porque para mim é o oposto) é que a Joana tem 20 meses e ainda mama pelo menos uma vez por dia. É um consolo. Para mim a palavra vício é exagerada. Ela pode estar vários dias sem mamar, e não pedir, no entanto se tiver comigo é claro que a vontade vem ao de cima.
Mas ao mesmo tempo, esta vontade é saudável. Muito mais saudável que uma simples chucha... dá é mais trabalho à mãe, no sentido em que tem de ter as mamas à disposição do freguês de palmo e meio. Isto tudo para responder aos que me dizem... Ai tão grande e ainda a mamar? Tens de acabar com isso! Ela está viciada! Ai com tantos dentes ainda mama?
Pois mama e vai continuar a mamar até lhe apetecer. O que dantes me fez pensar em desistir de amamentar, foi o facto de ela acordar de noite de propósito para se consolar, mas visto que esse problema já não existe, qual é a lógica de parar algo que até lhe faz bem?
No entanto, há pessoas como este médico, que acham que amamentar depois de um ano é coisa terceiro-mundista (e já agora Portugal está na linha da frente no desenvolvimento né?) e neste caso em particular, sendo médico acha-se muito mais competente do que eu para atestar os benefícios para a minha filha deste acto.
A nível fisiológico ele até pode ter alguma razão, agora a nível psicológico acho que eu e o pai somos quem conhece melhor a nossa filha e por isso, sei reconhecer o agrado que lhe dá aqueles 5 minutos de maminha, em que são trocados beijinhos festinhas e outras carícias entre mãe e filha. A mama pode não ser necessária realmente... para mim, mas porque é que tenho de ser eu a decidir que ela já não precisa dela?
Bem isto tudo para dizer que tenho de tomar um anti-inflamatório e se não passar em no máximo dois dias, tenho de tomar antibiótico. É claro, que para não ouvir um sermão do médico, não disse que (ainda) amamentava. É claro que o medicamento não é compatível com a amamentação, e é claro, que a minha filhota não vai mamar até deixar de tomar esta coisa... Mas não era melhor se tivesse a liberdade de decidir amamentar ad eternum como as outras mães têm liberdade de o não querer fazer, sem ter de o omitir de um médico para não levar uma ensaboadela? Porque é que uma mãe quiser deixar de amamentar cedo, é aceite e justificado imediatamente com o regresso ao trabalho, a existência de leites adaptados, isto e aquilo, e se uma mãe que prolongar esse tempo leva logo com a história de que é um vício?
Atenção, que não é uma crítica a quem toma a primeira opção mas uma constatação de uma realidade com a qual sou confrontada desde que regressei ao trabalho... mais precisamente há 16 meses!
Pois já aliviei a minha irritação por isso deixa lá gozar o primeiro dia de Verão!!!
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