terça-feira, junho 28, 2005

Medo ou falta de...

Ao ler este post, fiquei a pensar no quanto a Joana é destemida. Só lhe ouvi a palavra medo umas duas ou três vezes. Foi em relação ao gato da madrinha quando ela começou a andar, ela agora ainda não morre de amores por ele, mas também não se incomoda com a presença dele. Simplesmente, sempre que não está confiante, pára, observa e avança. É rara a vez que a vejo recuar, quanto muito pede-me ajuda (dar a mão) e avança sem medo. Ela tem um livro da colecção "Dicionário por imagens" sobre os perigos, o qual eu até acho muito violento na forma como exemplifica os perigos. A Joana adora-o. Senta-se e começa, enquanto o folheia, Cuidado! Tá quenti! Cuidado! Faz doi-doi! Cuidado! É Pigojo!. Ela reconhece alguns dos perigos na vida real, mas tenta sempre desafiá-los. Em parte, julgo que a falta deste medo, dever-se ao facto de desde cedo, incutir-lhe algum sentido de confiança e preserverança nas coisas. Sempre a deixei cair, e nunca corri imediatamente para apanhá-la, deixei-a sempre tentar levantar-se, ou ajudava-a a fazer isso mesmo. Sempre tive ao lado dela e sempre a dizer-lhe que estava ali para a ajudar se fosse preciso. Sempre a deixei exceder-se e aprender sozinha quais eram os seus limites. A verdade é que agora, ela tem uma grande confiança. E essa confiança às vezes traz-me medo. Por exemplo, ainda a semana passada tive de mudar o sofá de sítio. E porquê? Porque a Joana aprendeu a subir as costas do sofá e a por-se de pé em equilibrio nas costas do sofá. De seguida subia de lado, para o parapeito da janela (que não é muito largo) e ficava a ver a rua. Fez isto uma quantidade de vezes. Deu para tirar fotos, filmar, etc, sem ela se aperceber. Expliquei-lhe que era perigoso, etc. Mas o melhor mesmo, foi mudar o sofá. Se uma criança com medo de tudo é difícil, uma sem medo de nada não o é menos. O ideal mais uma vez está no meio-termo. PS: Para quem não ia ter tempo para escrever até que hoje não me portei mal hã! Amanhã de manhã é que vai ser pior... mas isso não interessa nada!

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