terça-feira, julho 19, 2005

Faz-me confusão...

Faz-me muita confusão mesmo, a noção que só temos direito de ser felizes se tivermos o corpinho danone, amplamente difundido pelas revistas, televisões, outdoors, e nas nossas próprias esferas de conhecimentos. Se o problema de excesso de peso, é cada vez mais uma questão de saúde pública, o problema das dietas loucas e dos traumas psicológicos por não aceitarmos o corpo que temos não o deveria ser menos. Tudo bem, dizes isso porque não és gorda! - dizem vocês. É verdade não o sou e não ambiciono sê-lo. No entanto, a minha opinião é a seguinte: - Nem tanto ao mar nem tanto à terra - se peso a mais é inestético e faz mal à saúde, o peso a menos também não traz nenhuma vantagem... para a saúde também não é bom e esteticamente... bem, há gostos para tudo... - Nem todas as pessoas podem ter aqueles corpinhos esculpidos - porque existem muitos factores que podem condicionar o nosso volume, a estrutura óssea, antecedentes familiares, problemas de saúde, medicamentos, etc. Nem sempre uma pessoa é gorda (ou magra) porque o quer ser, ou porque não se esforça para o não ser. - Há muita falta de vontade para alterar essa condição - as pessoas (no geral) levam cada vez uma vida muito sedentária sem a prática regular (mais do que 3 vezes por semana) de algum exercício físico. Os erros alimentares sucedem-se, e os excessos tendem a ser compensados por produtos light/diet/magros (perdoem-me mas há conceitos que não entendo como donuts light). - Dietas desajustadas - as pessoas tendem a descuidar o seu corpo de inverno, tentando em poucos meses obter a silhueta desejada para exibir na praia o corpito. Ora como é de ver, são geralmente dietas loucas que causam desequilíbrios no nosso corpo. Uma boa dieta alimentar constante, deveria ser a nossa forma de agir diária e não a excepção. Mas para mim, sejamos nós gordos ou magros, acho que o importante mesmo é aceitarmos o nosso corpo como ele é e sermos felizes. Isto não quer dizer que se tivermos quilos a mais nos tenhamos de conformar com eles... Se esses quilos a mais puderem ser eliminados, acho bem que nos esforcemos para o conseguir. Mas antes de tentar qualquer dieta, acho fundamental admitirmos para nós próprios os nossos erros alimentares e tomar consciência que teremos de abdicar de alguma coisa. Às vezes bastam ligeiras adaptações para vermos resultados, outras exigem uma ajuda especializada, outras ainda precisam de intervenções drásticas. O que me incomoda mesmo, é a pressão social para sermos magros. As roupas nas lojas que têm tamanhos incrivelmente fora da realidade (vê-se na altura dos saldos que a única coisa que sobra são os números minúsculos), as revistas, os produtos de cosmética e alimentares e até os nossos conhecidos (conhecidos, porque os amigos geralmente quando nos dizem alguma coisa é para o nosso bem). A aparência de uma pessoa, dá-nos uma primeira opinião sobre ela (é a pura verdade, se bem que não devesse ser assim, mas acho que já vem nos genes), mas é quando essa pessoa nos mostra o seu interior, que a ficamos realmente a conhecer - e quantas pessoas conhecemos que são só um embrulho bonito? Antes de mais, temos de gostar de nós! Um amor incondicional, como aquele que pregamos ter pelos nossos filhos. Se gostarmos de nós, é meio caminho andado para conseguirmos o melhor para nós. Agora, cuidado! Não se amem em demasia ou podem esquecer-se dos que vos rodeiam!

Sem comentários: