terça-feira, novembro 08, 2005

Pós-parto...

A modos que a reboque da Sophie, decidi deixar aqui registado o meu pós-parto. De seguida é a vez do relato do parto. Sei que nestas coisas o tema, não é habitualmente debatido, e geralmente não é fácil encará-lo a primeira vez. O meu relato não vai ajudar em nada quem passou (ou está a passar) por uma fase complicada. Felizmente para mim, decorreu na maior das tranquilidades. Antes de passar ao relato propriamente dito, gostaria de dizer apenas o seguinte: Acho muito importante que antes do nascimento nos vamos mentalizando, para uns dias de mobilidade reduzida, algumas dores mais ou menos intensas, o aparecimento de coisas que não faziam falta nenhuma (como é o caso das hemorróidas), a sensação que o tempo passa à velocidade da luz e que não conseguimos fazer tudo aquilo que queremos, que a limpeza da casa e a roupa podem esperar, que temos de tratar de nós para estarmos devidamente preparadas para tratar do bebé que acabou de entrar nas nossas vidas. Acho que uma grande parte da preparação desta fase (como em muita coisa na vida) é psicológica. No entanto, também acho que a práctica de exercícios específicos ao longo da gravidez, que nos preparem para o parto e o pós-parto, dá-nos à partida alguns trunfos a nível físico. O nascimento de um bebé é uma mudança radical, mesmo que seja algo natural e que acontece no nosso planeta à milhões de anos. Não tem de ser algo fácil, mas também não tem de ser um drama. A Joana nasceu às 00:02 e depois de a terem levada, a hora que passei no bloco operatório a ser cosida, passei-a a dormir. Quando me levaram para o quarto (e obrigaram-me a cooperar na mudança da mesa para a cama, o que na altura achei um verdadeiro disparate pois o que queria mesmo era descansar e não me mexer!), a Joana foi atrás de mim para mamar (quer dizer... levaram-na, que ela andou cedo mas não tão cedo :p). Passava pouco da uma da manhã e ela mamou durante algum tempo. O pai e a filha ficaram até às duas mais ou menos, e após isso dormi um sono profundo até às cinco da manhã. Assim que acordei, a primeira coisa que quis foi que me trouxessem a Joana. Obviamente não o fizeram porque ela estava a dormir e eu não me podia mexer. Tive de esperar até às 7 e para mim foi algo que me custou imenso. Porquê? Porque não sabia se me havia de sentir grávida (porque ainda não tinha assimilado totalmente que aquele volume da barriga já não tinha nenhum bebé à mistura) se mãe. E sendo mãe, onde estava a minha bebé? A partir daí tudo ficou gradualmente mais fácil. Fiz o levante às 9h. Tomei banho sozinha, vesti-me sozinha e com o passar das horas, já me sentava "à chinês"! Aliás, era esta a posição que me era mais confortável (para grande espanto das enfermeiras e visitas!) A médica que me viu a cicatriz nessa manhã, julgou que era uma mãe para dar alta! A costura ficou excelente e nunca verteu uma gota de sangue (agora é tão fina como um fio de cabelo). O mérito é todo do médico que utilizou uma técnica muito pouco usada por ser muito trabalhosa, mas que permite uma recuperação muito mais fácil e um resultado final muito mais bonito. Tirando o pormenor de ter um andar de pata durante os primeiros dias e de tremer só de pensar em tossir, não me posso queixar absolutamente. A costura cicatrizou lindamente e nunca me doeu por aí além (apenas os movimentos bruscos ou a tosse eram mesmo de evitar!). No entanto não abdicava do uso da cinta, porque a dor/impressão que sentia na barriga era considerável se não a usasse. Com cinta andava muito bem e sem queixas. Desde o dia que tive a Joana aconselharam-me a massajar a barriga para favorecer a recuperação (embora custasse um bocadinho ao início) e eu acredito que isso também ajudou. A subida de leite deu-se já em casa, e resultou numa mastite que foi rapidamente ultrapassada. Também aqui, acho que toda a informação que tinha juntado anteriormente, serviram para me tranquilizar. Não entrei em depressão nem nada parecido, antes pelo contrário, andava numa excitação só vista. Não quis ninguém lá em casa "a ajudar". Fui sempre só eu e o António (e a maior parte do tempo era mesmo só eu), e não tivemos qualquer problema. Eu precisava mesmo desta início a três, para me sentir confiante e preparada para tudo o que vinha a seguir. O maior choque para mim foi mesmo o regresso a casa. No primeiro dia, parecia que não conhecia a minha casa, que não sabia onde estavam as coisas, que não tinha tempo para fazer nada... enfim, parecia uma doida de um lado para o outro a passo de caracol. Eu e o António que é a calma em pessoa! No entanto, depois da primeira noite tudo entrou nos eixos (ou pelo menos, nos novos eixos, que duram até agora) e habituámo-nos às novas rotinas sem problemas de maior. A Joana era um bebé fácil que fazia intervalos para mamar de três horas de dia e seis horas à noite, desde o primeiro dia até aos dois meses. Isso também ajudou muito a manter uma certa calma. As visitas nas duas primeiras semanas foram quase nulas, a nosso pedido, e a partir daí conseguimos evitar enchentes. Não se acordava a Joana por causa de ninguém, nem andava a passear de colo em colo. Nesta fase, a minha recuperação e o descanso/bem-estar dela eram as únicas coisas que inportavam. Foi assim comigo, com o pai e com a filha. Espero que o pós-parto que se avizinha corra tão bem como este. E com o perigo de cuspir para o ar e cair-me em cima, quero que o meu próximo regresso a casa aconteça da mesma forma, apenas com uma pequena diferença: Com duas cadeirinhas no carro, e dois filhos a entrarem pela casa dentro. A mesma casa que não vou reconhecer, a mesma casa que vai estar em pantanas até me voltar a organizar. A nossa casa. Só nós e os nossos filhos... sem esquecer os cães! Beijinhos Sandra

29 comentários:

Mãe Babada disse...

e vai correr td mto bem, mais uma vez!
bjos gdes

Paula disse...

Um pós-parto e regresso a casa como se quer.

E este novo pós-parto que se avizinha irá certamente correr bem.

Beijinhos

guga2004 disse...

Assim é que sabe bem voltar a casa com 1 filhote nos braços.

bjs Sandra

AnaBond disse...

:)
(não consigo dizer mais nada... sei disto, por isso... fica aqui um beijinho)

Clara disse...

Que relato fantástico!
A minha prima tb se sentou logo à chinês, para espanto de todos. Ao que sei, é muito bom sinal.
Que tudo seja como desejas e talvez mais 1 bocadinho, para haver supresa e menos um bocadinho, no q respeita a mastites e hemorróidas, pois essas, sim, são para esquecer...
Beijos

Anabela disse...

Comigo a cinta elástica tb me ajudou bastante... mesmo eu só me tendo levantado já sem dores quase nehnhumas, perto de 10 dias após a cesariana. Era mais para me sentir aconchegada e saber lidar com uma barriga vazia :))

Sei que com o teu novo filhote tudo vai correr bem, ainda melhor, se isso é que é possível. Vê lá é se abres uma excepção às visitas... é que eu quero conhecer o meu "sobrinho" (ou "sobrinha"... ainda não sei o que vem aí) o mais depressa possível!!
Beijinhos

a mãe dos miúdos disse...

no meu pós-parto não houve dores, não houve mobilidade reduzida, não houve desconforto. houve sensação de não saber quem era e o que fazer. Senti-me perdida. Senti-me sozinha e chorei muito. Durou 2 dias a choradeira. De repente parecia que aquela sempre tinha sido a minha vida. E que vida feliz :)

desejo que o teu pós-parto seja tão bom quanto o 1º. mesmo

beijo

Anna^ disse...

:')

Deixo só uma bjoka !!

Miragem disse...

Adorei! Espero poder ser como tu!

Raquel disse...

Gostei muito de lêr. O meu pòs parto não foi assim tão tranquilo, mais por culpa da parte psicológica e por não ter um bebé fácil (por conta das cólicas).
Mas desejo-te um pòs-parto deste filho tão bom ou melhor como o da Joana.
beijinho

Mamã artesã disse...

Bem que avisaste que este post iria ser longo. Mas foi muito lindo. Adorei ler.
Jocas gandes
Sofia

LP disse...

:). Beijinhos

InêsN disse...

tmabém não me posso queixar do pós-parto...para além de o diogo ter sido um recém-nascido relativamente "fácil", os pontos da episiotomia também sararam rápido...
o pior foi mesmo o cansaço que fui acumulando à conta da excitação em que fiquei!! ;o)
beijo gd!

Anónimo disse...

Apesar da cesariana tb tive um pós parto muito bom, com dores muito suportáveis e com uma excelente e rápida recuperação. Hoje qd olho para a cicatriz quase não a vejo de tão fina que é. Costumo dizer que passava por tudo novamente de boa vontade. O único senão foi o facto da biscoitinha ter nascido com refluxo gastro-esofágico e logo o meu descanso não pôde ser o normal, tirando isso ela desde o 1º mês que passou a dormir 12h seguidas. Se voltar a ter outro, tirando a situação sdo refluxo, o resto pode ser tudo igual.
:)

Alda Benamor disse...

É tão bom! :) Que tudo continue a correr lindamente!

Ana Rangel disse...

Gostei imenso deste pós-parto, espero que o meu decorra com a serenidade que aqui transmitiste!

E também gosto da ideia de "só os três!" (embora pareça que ninguém entende isso) :D

Beijinhos!

Mamuska disse...

Sem duvida um post-parto óptimo! :)
É sempre bom ouvir estes relatos :)
Beijosss

Célia disse...

Tive um pós parto calmo, mas cansativo tão cansativo que à conta disso ganhei a amiga depressão!
Mas gostaria muito que a próxima fosse tão boa quanto a anterior!
Beijos

Oumun disse...

Excelente relato ;) outra coisa não seria de esperar:)

O meus pós-partos também foram optimos o segundo melhor que o primeiro , porque o primeiro o Guilherme nasceu ás 10h30 e ás 12h30 já tinha o quarto cheio de gente mas no segundo fiz tudo igual :) só que estava menos stressada porque já sabia para o que ia!Tive sempre o quarto cheio e a casa então nem se fala , mas não me arrependo :) queria mesmo era partilha-los com todos :)
Cada um tem a sua pancada certo?

beijocas e tenho a certeza que o segundo te vai correr ainda melhor :)

Margarida Atheling disse...

:)

Vais ver que vai correr ainda melhor!

Muitos beijinhos!

Carla O. disse...

Realmente foi um pós-parto excelente :). Mas como dizes, a tua calma e preparação tb ajudaram. E o próximo será ainda melhor!
Beijos,
Carla e piscos

Diana Bento disse...

Se pudessemos escolher um parto, pós-parto... como se de self-service se tratasse, escolheria o teu pós-parto.

E também eu gostei da parte do "a 3" e como diz a Ana Rangel, é pena que muita gente não entenda essa importância.

Beijinhos grandes.

sandra disse...

Muito importante esse regresso a 3, aconselho a todos!! ;)

X disse...

Obrigada por esta partilha cheia de sentimento!

Flumfi disse...

Espero que tudo corra bem. Flumfi Productions

PM disse...

Um regresso a casa maravilhoso e tudo a correr bem!!!!
Desta vez ainda vai ser melhor!!!
Vais ter a Joaninha e o mano nos teus braços!!!
Beijocas enormes

Miúda disse...

Conseguiste na primeira vais ser perfeita na segunda.
E é essa rotina e determinação que evitam o caos (ou ás vezes não).
Jinhos
Marta

Fitinha Azul disse...

Tenho pena de não teres escrito um texto destes há uns 5 aninhos e tal atrás, sinceramente acho que vai ajudar muitas mamãs de 1ª viagem;)
Beijocas

Fitinha Azul disse...

Ah e vai correr tudo ainda melhor;)