terça-feira, junho 27, 2006

Desapontada...

é como eu me sinto. Mesmo antes de engravidar da Joana tinha uma ideia muito concreta daquilo que pretendia fazer no que diz respeito onde deixar os meus filhos quando regressasse ao trabalho. Durante o primeiro ano, ficariam em (nossa) casa com alguém de confiança. Do primeiro ano aos três, ficariam numa ama. A partir dos três anos entrariam para o Jardim-de-Infância (JI). As minhas convicções são fáceis de explicar, pelo que vou fazer de uma forma muito sucinta: durante o primeiro ano, a criança não consegue estabelecer laços afectivos com muitas pessoas e está mais susceptível de adoecer. Assim ficar em casa, proporciona-lhe a protecção e a atenção exclusiva que acho que merecem. Nos dois anos seguintes, considero mais importante a manutenção de um elo afectivo forte. Por isso, a ama é para mim o ideal, pois sempre tem menos crianças e dedica-se de forma diferente que uma educadora (entrega-se mais emocionalmente, estabelece mais facilmente laços afectivos). A partir dos três anos, acho crucial a entrada num JI por todos os motivos e mais alguns. É claro que, quer a pessoa que fica com eles no primeiro ano, quer a ama têm de ser pessoas em quem confie plenamente. Caso contrário, preferia deixá-los logo numa creche sem a menor dúvida. O meu ideal seria mesmo, ficar eu com eles o primeiro ano. Isso era ouro sobre azul. Da Joana saiu-me a sorte grande. A minha irmã estava mais ou menos disponível. Tinha um trabalho, mas deixou-o para ser a primeira ama da Joana. Recebia o seu ordenado e eu fiquei mais do que tranquila dos quatro aos onze meses da minha filha. A minha irmã foi fantástica com ela. Depois a ama da Joana é alguém que embora seja apenas vizinha nos adoptou como filhos emprestados, e de reboque já leva mais dois netos! Estou tão descansada com ela lá como se estivesse comigo própria. Daqui a duas semanas a Joana começa já a sua preparação para o JI. É política deles, eles irem durante uns dias no mês de Julho para se adaptarem ao espaço. Em Setembro começa a sua escolinha. E o melhor é que encontrei o JI que sempre idealizei para os meus filhos. Para o Miguel cheguei a pensar que me tinha voltado a sair a sorte grande. A minha irmã, desta vez não podia mesmo, mas havia uma menina em quem confiava plenamente. No entanto, e felizmente para ela, encontrou um trabalho há já uns meses. O problema está mesmo aí. Não conheço mais ninguém a quem possa confiar a casa e um filho. Mesmo as pessoas amigas que moram aqui perto não conhecem ninguém. Isso deixa-me sem grandes alternativas. À partida o Miguel vai para a ama seis meses mais cedo do que planeava. O que me incomoda mais nisto, é que a ama já tem alguma idade, e vai ter a partir de Setembro três bebés com diferença de três semanas do mais velho para o mais novo (o Miguel é o mais velho) e um bebé com um ano e meio. É muito para ela, embora ela diga que não. E já sei que nenhum deles vai ter a atenção que EU acho que merecem nesta idade. Ainda pusemos a hipótese de ele entrar directo para a creche do JI da irmã, mas era duro a nível monetário suportar as duas mensalidades, por isso, a hipótese da ama continua a ganhar terreno. Neste momento, desejo mais arranjar alguém para ficar com ele aqui em casa, do que desejo que me saia o primeiro prémio do euromilhões... ou então talvez não! Que assim sempre podia ficar eu com ele! Mas é preciso jogar para sair, não é?!

17 comentários:

Sophie disse...

É complicado...
Eu também acho que são muitos bebés para uma só pessoa, mas cada caso é um caso, e se for uma senhora habituada, responsável e com sentido prático...

Por outro lado, as creches não são nenhum bicho de sete cabeças. Mas não são, de longe, a solução ideal.

Anónimo disse...

não sei o que dizer...

se pudesse, se me conhecesses e gostasses e todos os ses não fosses ses seria a primeira a oferecer-me para ajudar. porque é uma das coisas que mais gosto de fazer e vou tendo alguma pratica pelo trabalho que tenho, pelo curso que estou a tirar, enfim... mas os ses existem, são a realidade e pronto. não ajudo nada com este comentário mas só posso dizer que espero, mesmo!, que encontres alguém de quem gostes, em quem confies, com quem o Miguel fique de sorriso aberto para que ele tenha o primeiro ano de vida como tu idealizas - e já agora, muito bem. é mesmo assim que deve ser por todas as razões que enumeraste. era tão bom se todas as crianças pudesses ter essas oportunidades! tão bom!

muito longo, isto...

estou deste lado a torcer para que tudo se resolva da melhor forma, sandra. estou, mesmo!

beijinhos.

Tia Moky disse...

Eu estou a adorar estar em casa com a Natacha! Sei que é uma situação boa para ela, por enquanto!
Espero que consigas encontrar alguém de confiança para ficar com o Miguel, ou que a ama mostre mesmo que dá conta do recado (espero que assim seja!).

Gostava muito d eme encontrar convosco!! Tenho vários blog-encontros agendados!! O próximo é Julho!! Depois dou mais informações por mail, sim!? Ou podemos agendar o nosso!

Tudo de bom!!

Beijos

Moky

morgy disse...

Deixo aqui a sugestão que vi n'a Ervilha. Uma empresa chamada Babete e Avental. Para já só espreitei o site, mas quem sugeriu originalmente experimentou e gostou. Vê os comentários aqui: http://aervilha.blogspot.com/2006/06/porra.html#comments

Sandra B. N. disse...

como eu te compreendo..
com a Raquel tive sorte, os avós paternos puderam ficar com ela até aos dois anos e só aí ela foi para o infantário...
desta vez a minha angústia é tremenda, porque eu não tenho mesmo ninguém com quem possa deixar o Rui Pedro (nem família, nem amigos, nem amas) e aos seus seis mesinhos vou mesmo ter de o deixar numa creche... e isto parte-me o coração... só que não tenho outro remédio... tb penso mtas vezes no euromilhões e de como seria bom poder ficar em casa a cuidar dele... mas não será essa a realidade...
é preciso força e esperar que corra tudo bem...

bjs

guga2004 disse...

A minha mãe ainda conseguiu ficar com o Guga até ele ter 1 ano (com ajuda da empregada) mas já sei que num 2º filho, vai ter de ir directamente para o JI e isso também me custa muito, mas não ninguém em quem confie totalmente que esteja disponível por isso acho mais "seguro" assim. Espero que consigas resolver este problema.

bjs Sandra

Diana Bento disse...

Como te compreendo. Eu também gostava de ficar em casa com o Francisco. Para já, tenho a facilidade de ele ficar com o pai nas folgas e durante as horas em que não trabalha e eu trabalho e nas outras tem vindo comigo para o escritório. É claro que mais mês, menos mês o rapaz vai querer outra atenção e aí não sei o que fazer. Creches nem pensar, deixá-lo ao cuidado da minha sogra (se bem que durante um dia ou dois por semana), não agrada... O ideal era ficar com o meu pai de coração, mas aí ferem-se susceptibilidades...

Quanto a ti... não sei. E para a ama já são uns quantos. Concordo que o Miguel não iria ter a atenção que merece. Resta-te (e a mim) jogar no euromilhões, totoloto...

Beijocas.

Mamuska disse...

Sabes que adorava ficar com o Miguel...que mesmo com o meu trabalho pensei em conciliar tudo...
Fálamos nisso, mas o horário iria ser apertado. Mesmo assim...não me importava de experimentar pelo menos um mês para ver se resultava. Que achas?
Beijoss

Miragem disse...

Boa sorte...

susyr disse...

vais ver que vais encontrar a melhor solução para todos!
beijinhos e boa sorte

Fitinha Azul disse...

Espero que até ires trabalhar tenhas essa situação resolvida...o Kiko ficou dos 4 meses aos 2 anos com a avó, depois foi para um jardim de infância porque notei que ele estava a precisar, esteve lá 1 ano e depois entrou no colégio...vamos ver como vai ser da Benedita, ela para já vai estando com as avós, já está inscrita no colégio para os 3 anos...
Beijocas

Mãe Gabi disse...

eu entendO TE e partilho contigo algumas opiniões...quanto a mim tive a sorte de o poder deixar com as avos....em outubro qd tiver 21 meses para para o infantario de uma amiga( privado) minha de confiança e aos 4 anos irá para a pré escola ( publica) aqui é so aos 4 anos...beijos e desejo que encontres a melhor solução

Clara disse...

Espero que a solução te bata à porta rápido e bem.

Nana disse...

Porque não pensas seriamente em ficar com ele .. eles .. em casa??...
acredita que é muito compensador...

Eu oferecia-me,....mas tou na margem sul :o)

bjos

T. disse...

Olá
Realmente é uma escolha difícil...por aqui como estou longe de toda a família e não conheço ninguém fiquei eu com ele em casa...e não me arrependo!! Claro que tem de se abdicar de algumas coisas mas como costumo dizer: não se pode ter tudo!!
Boa decisão
Beijinhos

akombi disse...

Na minha opinião acho que a criança deve de ficar em casa com a mãe até aos 3 anos. A mãe deve de se dedicar em pleno aos filhos, como se tivesse um trabalho.Foi assim que fiz com as minhas meninas, e se tiver mais filhos espero poder fazer o mesmo.

A partir dos 3 anos o jardim infantil é a melhor opeção, os pais devem no 1º mês acomnpanhar a adaptação do filho, devem de permanecer no espaço o tempo que lhes for possivel, estarem presentes neste momento faz com que a criança não se sinta abandonada, e faz com que os pais e a educadora troquem impressões na forma de educar a criança.
Tb foi isto que fiz, daí achar que as minhas meninas se adaptaram bem.


Boa sorte.

Mãe disse...

Sandra,

Concordo totalmente contigo: em género, número e grau!

Todos os teus argumentos tb me fazem (e fizeram sentido)...

Consegui (por razões várias...e tb por ossos do ofício, que me fazem estar "fora de casa às horas que todas as mamãs já estão em casa"!) estar sempre com os 3 o tempo que quis ( ainda estou...)e considero-me uma sortuda por isso e tb pelo tempo em que não estou..pq aí .estão com a minha mãe..que é a minha "melhor substituta!"

Vais encontrar alguém para ficar com o Miguel...vais ver! Não desistas destas tuas convicções!!

Beijinhos

Ana B