terça-feira, setembro 26, 2006
Conversas com ela...
E hoje a caminho da escola, não demorou muito até voltar a falar na avó Lurdes:
- Como se chama a tua mãe?!
- Lurdes. É a tua avó Lurdes.
- E onde ela está?
- A avó Lurdes morreu e agora está lá em cima no céu.
- E como ela morreu?
(eeerrrr... toca a pensar rápido numa resposta)
- sabes, a avó estava muito doente. Foi por isso que ela morreu. Agora nós não a conseguimos ver mais, porque ela está lá muuuuito em cima ao pé das nuvens.
- Aaaahhh...
Depois mudou de assunto.
[Definitivamente, para mim a melhor forma de lidar com estas perguntas é responder o mais correctamente possível, apenas ao que ela perguntou, sem grandes floreados e adaptando sempre as respostas à sua curiosidade e maturidade. Eu também digo a verdade, se bem que a minha verdade seja menos bonita. Também eu acho que não vale a pena ter grandes respostas preparadas de antemão. Eles conseguem perguntar algo para o qual não vamos ter resposta pronta e ficamos ainda mais atrapalhados. Obrigada pelas sugestões e experiências.]
6 comentários:
Começa cedo com a idade dos porquês! Quando perdi o meu bebé, um ano depois de ter partido o padrinho de uma menina ainda com 1 só ano, ela quando soube que eu já não tinha o bebé na barriga lidou muito bem com a situação, pois para ela as pessoas não deixam de existir, partem mas vão ter o "Jesus", mais tarde aconteceu o mesmo com o mano/a e ainda hoje fala disso, quando reza à noite pede por todos, incluíndo os que foram para o "Jesus". Ouvi um pedo-psiquiatra dizer que quando as crianças querem ver os mortos devemos deixá-las ver as pessoas, se já passou muito tempo falar das mesmas com toda a naturalidade e explicar que todas as pessoas mais cedo ou mais tarde vão partir, é claro que de forma adequada à idade. Com aquela menina resultou muito bem.
Bjs
Mars
Um dia também vou ter de ter essa conversa com a minha e por acaso é uma coisa que me faz confusão... É que eu não acredito na vida após a morte e como é que hei-de explicar isso a uma pequenitita?? Enfim, a ver vamos...
Saíste-te muito bem!
penso que ela já tem idade para entender (melhor ou pior) que o conceito de céu não é literal. Senão um dia vai querer ir espreitar a avó ao pé das nuvéns. Acho que falar sobre morte não tem nada de especial, eles sabem que alguns bichos (formigas, por explo) morrem quando são pisados. Sabem que já não se voltam a levantar. Somos nós adultos que fazemos da morte um grande drama, para eles é só um conceito.
No ano passado a Luísa foi "confrontada" com 2 perdas: a do tio (meu cunhado) e a d avô (meu Pai), pessoas com quem ela lidava quase diáriamente.
Na altura fiquei "muda" de explicaçõs pois eu própria não encontrei justificação para o que aconteceu e em tão curto espaço de tempo mas lá consegui.
O tio e o Avô estão na estrelinha, cada um deles é agora um pontinho brihante no Céu.
Ela ficou satisfeita com a resposta e nós também.
Beijocas
Comigo passou-se algo parecido com a morte do meu padrasto, para a beca quem morre fica uma estrelinha muito lá no alto, quem sabe...
:-)
Sandra
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