tenho os dois a fazer um teste de língua portuguesa (cada um o seu obviamente). É a estreia dele nestas andanças e já deu para ver que leva isto tudo muito mais "a sério" que a irmã.
Eu tenho uma opinião muito forte sobre a atual forma de ensino e avaliação deste país mas é daquelas coisas que guardo para mim (e quanto muito para as professoras dos meus filhos) mas vou fazendo o meu papel e apoiando-os da forma que acho melhor para atingirem as três coisas que mais acho importantes nesta caminhada: gostar de aprender, não perder a curiosidade e serem responsáveis pelo seu trabalho.
As notas dos testes, os quadros de honra e as excelências que me perdoem, mas um bom aluno para mim (e posso ser a única a pensar assim que não é isso que me demove) é aquele que não desiste face a uma dificuldade, trabalha, sabe pensar e tem curiosidade por saber mais do que lhe é apresentado, o que é muito diferente de ter notas fabulosas nos testes (e digo isto mesmo tendo tido sempre notas muito altas e ela já tendo pertencido ao quadro de honra e também ter tido sempre notas muito boas mesmo).
No dia em que eles tiverem de abdicar de ser crianças e de experimentar coisas novas, passear, brincar ou simplesmente não fazer nada apenas porque têm uma nota a atingir e sentirem-se mal por isso (não confundir com o não quererem fazer os deveres ou de estudar para o teste só porque querem brincar), será sinal que chumbei no desafio que me lancei.
Esta caminhada é deles, mas nós vamos ali, pertinho, quase ao lado, a tentar manter-lhes o equilíbrio entre a brincadeira e a obrigação. Porque a nossa vida vai ser sempre assim, cheia de obrigações e com muita vontade de brincadeira, e, a frustração instala-se quando da obrigação não conseguimos retirar nenhum prazer. E esta é uma caminhada que nem sempre se alinha com o ensino padronizado...
18 comentários:
É isso tudo mesmo. Muito bem dito e ilustrado
Estou de acordo com o que escreveste...
E o teste vai correr bem aos pequenos :)
Partilho da mesma opinião sobre os bons alunos, os quadros de honra e as boas notas!
Sem tirar nem por Sandra, concordo com tudo o que disseste, é mesmo isso! :)
Beijinhos
Sofia
Não é fácil ser ovelha negra num mundo de ovelhas branquinhas. ;)
Essa tua forma de ver as coisas e os principios nos quais queres que eles cresçam (e que eu partilho em absoluto!!) não correspondem à maioria, in-fe-liz-men-te.
E, quando acontece até corresponderem, as pessoas não sabem como lá chegar. Não é um caminho fácil mas é aquele que, sem a menor dúvida, faz crescer seres humanos integros e, um dia, realizados (felizes, portanto).
Se calhar devias de comparar ensino público/ensino privado, garanto-te que existe, e vai sempre existir, grandes diferenças a começar pelo ansiado topo do ranking escolar a onde em certos estabelicimentos só isso conta, as crianças são só instrumentos.
O ensino público é o "papão" mas lá as criançs são crianças, são humanas, e a cada ano que sobem o patamar mais autonomas têm que ser, claro que exigem cada vez mais dos pais, que aqui discordo em algumas partes, se a escola não tiver meios como obrigar que o aluno saiba, só um ex a mais velha nunca teve aulas de informática e exigem trabalhos nesse formato como é que pode?
Temos cada vez mais que os conseguir guiar da melhor maneira, estamos todos a ser avaliados.
Venham boas notas....por aqui só a mais velha vai-se iniciando nos testes (8ºano) a mais nova (4ºano) só lá para final de Novembro pois só fazem 1 teste por disciplina a cada periodo escolar ( ensino público).
Ai...tanto que havia a dizer sobre isto, Sandra. Tanto que nem sei por onde começar. Estou completamente de acordo com aquilo que escreves.
Temos um longo caminho a percorrer no que ao ensino diz respeito. à minha volta as crianças com melhores notas e que pertencem ao (abominável) quadro de honra não são, nem de perto, as que considero mais inteligentes. Porque o ensino é tão mecanizado que basta ser aplicado para chegar lá... mas depois vai-se a ver e aquelas crianças (atenção que estou a falar dos casos concretos que conheço) não sabem nada para além das matérias da escola. Não sabem fzer uma pesquisa, não sabem opinar sobre nada o que se passa à sua volta.
Desculpa o testamento mas este tema interessa-me imenso.
akombi, isto (mais uma vez) não tem nada a ver com o ser ensino público ou privado. Tem a ver com currículos nacionais e formas de avaliação nacionais que todos (públicos e privados) têm de cumprir.
A ver se volto aqui para comentar um pouquinho mais estes vossos comentários porque o merecem.
Perdão perdão, mas não é exigido nenhum teste/exame a não ser o do 4º ano! (estou a falar do 1º ciclo)
E há escolas (privadas ou pública, no singular) onde não o fazem.
Não há maneira de escapar ao currículo/metas de aprendizagem, mas o conteúdo que tem de se dar dá imensa margem para se fazerem as coisas de outro modo.
Se dá mais trabalho? Dá.
Se raríssimas escolas/turmas o fazem? Pois.
É mto difícil de mudar o sistema, mesmo para um professor que queira fazer as coisas de outro modo. Geralmente não têm autonomia para tal...
Beijinhos,
Catarina
O Miguel apareceu hoje no final do Bairro do Panda não apareceu? Que estrela :)
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Catarina, concordo totalmente contigo e tenho a "sorte" de ter duas professoras titulares que têm justamente essa postura no ensino o que valorizo e agradeço imenso, pois deixam-me descansada e confiante. No entanto, só uma ressalva: eu não sou contra os testes muito pelo contrário. A forma como eles se tornam o objetivo último é que não me agrada.
Aliás, o facto deles terem dois testes por período e a partir de certa altura os realizarem com uma professora diferente na sala, serve também para tornar "corriqueiros" estes momentos e reduzir-lhes o stress que muitas vezes surge associado aos testes e à pressão que lhes é incutida para atingir determinados resultados (e muitas vezes quem exige são os próprios pais).
Eu escolhi a escola deles para o primeiro ciclo, não pela sua posição nos rankings mas pela sua postura no ensino e sociedade.
Porque educação é muito mais que língua portuguesa, matemática e estudo do meio. Educação começa em casa, continua na escola, e funciona num permanente vaivém entre ambas. E a educação não se pode reduzir ao que vem nos livros, é preciso sair da sala e meter as mãos na massa, é preciso experimentar para saber (com as devidas ressalvas é óbvio). E é por isto tudo que eu me sinto segura com as escolhas que temos feito para eles.
Tal como a Julieta disse, esta conversa dá pano para mangas. E se eu começo... ui!
Catarina, concordo totalmente contigo e tenho a "sorte" de ter duas professoras titulares que têm justamente essa postura no ensino o que valorizo e agradeço imenso, pois deixam-me descansada e confiante. No entanto, só uma ressalva: eu não sou contra os testes muito pelo contrário. A forma como eles se tornam o objetivo último é que não me agrada.
Aliás, o facto deles terem dois testes por período e a partir de certa altura os realizarem com uma professora diferente na sala, serve também para tornar "corriqueiros" estes momentos e reduzir-lhes o stress que muitas vezes surge associado aos testes e à pressão que lhes é incutida para atingir determinados resultados (e muitas vezes quem exige são os próprios pais).
Eu escolhi a escola deles para o primeiro ciclo, não pela sua posição nos rankings mas pela sua postura no ensino e sociedade.
Porque educação é muito mais que língua portuguesa, matemática e estudo do meio. Educação começa em casa, continua na escola, e funciona num permanente vaivém entre ambas. E a educação não se pode reduzir ao que vem nos livros, é preciso sair da sala e meter as mãos na massa, é preciso experimentar para saber (com as devidas ressalvas é óbvio). E é por isto tudo que eu me sinto segura com as escolhas que temos feito para eles.
Tal como a Julieta disse, esta conversa dá pano para mangas. E se eu começo... ui!
Eu tenho alguma dificuldade hoje em dia (a mais velha no 6º ano) de conseguir realçar a beleza de aprender face a exigência da nota pela pequena sociedade há volta dela confesso.
Concordo com tudo o que dizes mas sinto que me está a falhar qualquer coisa ...
E ainda assim não acho que esteja a fazer um mau papel, pois há nossa volta vejo dificuldades bem maiores noutras crianças ... enfim ... faço o melhor que sei e procuro saber mais ... mas gostava que o nosso ensino me facilitasse a vida seguindo mais nesse sentido :p
(credo! estive a reler o meu comentário e acho que não se percebe nada)
Da maneira que isto está, em termo de metas e ensino, qualquer dia já saem da primária com a faculdade feita...
Beijocas (correram bem, os testes?)
concordo plenamente :)
http://mefrancesca.blogspot.com
Costinhas, eu entendi que o teu post não era comparação de ensino público e privado mas achei pertinete referir isso.
Por aqui notam-se diferenças tão grandes a nível desses ensinos, duas delas privadas a onde frequentam alguns filhos dos famosos aquilo é só fama depois os miúdos têm notas consoante as disciplinas que frequentam é que isto da autonomia que o ministério dá ás escola tem mto que se lhe diga é que nem o chefe de agrupamento sabe o que se passa nesta autonomia que as escolas têm ( é que as privadas que têm alvará pelo ministério pertencem ao agrupamento público mas este nem lá consegue entrar ou seja cada um faz a educação que quer).
E sim temos que ser nós os maiores intervenientes na educação deles é mesmo isso que o novo estatuto do aluno exige. Que em parte concordo noutras não, qd os miúdos crescem por vezes não temos mão neles e não foi a educação dada que os fez mudar, á um mundo que pode interferir nas suas escolhas.
Vamos estanto cá para os ajudar, mas a escola a sério começa no 2º cilo começando a complicar cada vez mais, está complicado crescer e educar nos dias de hoje no nosso país...a ver vamos este futuro.
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