terça-feira, janeiro 16, 2007
Mas em compensação (será?)...
consigo falar da morte sem nenhum tabu.
Explico-lhe que as pessoas morrem, que ela e eu e nós todos vamos morrer um dia. Que a morte nem sempre acontece quando somos velhinhos ou estamos doentes. Que se ela deixar as pecinhas pequenas dos brinquedos ao pé do mano ele pode engolir e morrer. Que se ela teimar em subir as janelas, pode cair e morrer. Que a morte é tão natural como o nascimento.
E depois ele morre e vai ter com a tua mãe?
Tremo só de imaginar que os posso perder. Tremo só de pensar que um dia os posso deixar cedo demais (não por mim, mas por eles).
Sim filha, é isso mesmo.
Por enquanto.
17 comentários:
Essa vai me custar, por não acreditar em Deus e achar que não é bonito dizer a uma criança que morremos e tudo acabou, por ter tanta história de mortes prematuras na família, por tudo... POr esse medo de que falas, de um dia a deixar, por ela, porque já passei por isso e não é fácil... Irra que hoje estou deprimida... :-( Sorry...
Também já explicamos (e falamos sem tabus) a Morte à Luísa... conviveu com duas "partidas" muito próximas: io meu cunhado e o meu Pai e na altura, embora andasse bem, conseguimos perceber que a falta deles a perturbou... mas tem uma parte ainda "romântica": quem morre vai para uma estrelinha e de lá olha por nós :)
Beijos
a minha ainda é pequena e não percebe bem e não tem ainda a curiosidade! mas qd a minha avó faleceu eu disse-lhe q a avó tinha morrido e ela ficou a olhar e não disse mais nada... qd vier a altura das perguntas eu irei responder semproblemas.
beijos
Sim o medo de os perder é horrivel!!!
Ah, não falei do medo de a perder porque acho que reprimi isso do meu sistema mental... Nem quero pensar... Invoco mentalmente as probabilidades estatísticas e penso que devem ser ínfimas... No fundo é a técnica da avestruz, mas "muito à frente"...
Não sei como será qd o Zézinho me perguntar sobre a morte. Ora aí está uma coisa com a qual tenho dificuldades em lidar e em que nem sequer gosto de pensar...
bj*
PS. Gostei das unhas castanhas... qto ao novo look, queremos fotos!
Sim um tema sempre dificil de explicar...
Beijosss
Nem gosto de pensar nisso, é assustador.
Beijocas
Carla e Alexandra
P.S-Regressei. Com o mesmo endereço, sem os posts antigos mas com vontade de continuar.
A morte é mais um passo da vida... Nada mais natural que falar dela com naturalidade (que redundante que eu estou hoje!!). Beijinhos.
Admiro a tua naturalidade a falar da morte e explicar-lhe as coisas como elas são, eu nem sempre consigo ser assim, embora às vezes gostasse.
Bjs
Não é um assunto que me agrade mas também tenho à vontade a falar nele, é a ordem natural da vida, não falo com grandes pormenores mas de forma geral, o mais importante para mim é dar resposta às perguntas deles, e quando ficam satisfeitos páro a conversa.
Beijocas
Ainda bem que consegues. Eu acho que conseguir falar sobre a morte é tb conseguir racionalizar bem as coisas e meio caminho andado para ultrapassar a dor de se ter perdido alguém. E claro que com a "prática" tb vais conseguir falar com a mesma naturalidade de outros "assuntos". Beijinhos
Ah e tb tenho um medo horrivel de os perder ou de ficarem sem mim muito cedo. Só de pensar nisso tremo, por isso reprimo tudo para o subconsciente. bjs
É a tal coisa... é um assunto natural, tb eu falo dele naturalmente. Mas admito que não teria coragem de lhe dizer que se ela fizése isto ou aquilo o irmão poderia morrer. Não estou a criticar-te, mas não conseguiria fazê-lo.
Quando tiver que falar sobre isso logo se vê.
Bjs
Infelizmente esse assunto também é falado com alguma naturalidade por mim... digo infelizmente porque acho que isso se deve a já ter perdido a minha mãe e desde cedo ter que o explicar à C.
Não imagino perdê-los, não quero, não consigo, dói demais...
Acho que a vida me obrigou a aprender a lidar com a morte de quem menos esperamos. Por isso consigo falar dela também. Falar dela, e integrar na minha vida as pessoas que ela afastou de mim.
Apesar disso, apesar dessa aparente calma, desse "não virar a cara", acho que se tiver filhos vou viver de coração nas mãos.
E tenho o mesmo problema que tu com as "palavras difíceis" quando a minha prima/afilhada aborda esses assuntos. Não tenho medo dos assuntos, acho naturalissimo. Mas há palavras com as quais lido mal em presença dela.
Beijinhos
Bem, já eu não estou muito à vontade a falar de morte, não gosto!
E tenho muito, muito medo de os perder ou de lhes faltar.
É um assunto que tb sempre procurei desdramatizar para eles e fazia como tu. Mas às xs dá cá um aperto...
Bjs
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