terça-feira, março 23, 2010

Caros leitores...

a normal programação deste blog foi interrompida para os adultos da casa poderem ir comemorar os 10 anos de casados.

E se há dez anos o destino escolhido tinha como altura máxima do país de 2,3m e não fazíamos nada mais do que banhar-nos ao sol e mergulhar no meio dos corais, desta vez a altura escolhida foram uns módicos 2560m e mesmo que o sol até nos deixe andar de manga curta, definitivamente parados é que não estamos.

A chegar negros só se for das quedas...

Até à volta!

quarta-feira, março 17, 2010

Quantas desventuras podem acontecer numa simples viagem de avião? - Parte II

Estou portanto a horas de partir para Londres, tenho os planos de trabalho nocturno todos alterados e nem sequer tenho a mala planeada. É preciso é calma e um esforço adicional, penso.

Opto por levar um saco de desporto e uma mochila para me escapar ao check-in de bagagem e poupar no tempo gasto no aeroporto e escolho o essencial para os quatro dias. Depois de tudo preparado e crianças deitadas, arranco para uma maratona ao computador. Já de madrugada, telefono para os táxis a saber se podia pedir um para umas horas depois mas a moça atenciosa diz que basta telefonar com um quarto de hora de antecedência. Sendo assim, pouco depois vou-me deitar para dormir uma hora antes de me voltar a levantar, tomar um duche e sair para o aeroporto, a tempo de chegar com uma hora e meia de antecedência para a partida do avião.

Um quarto de hora antes de ter de sair chamo o táxi e aguardo. Vinte minutos depois nada. Meia-hora e nada. Ponho-me à janela a tentar perscrutar o barulho de algum carro no silêncio absoluto e volto a ligar para a central de táxis mas, antes que a chamada tivesse tempo de ser estabelecida, eis que ouço um roncar que me denunciou imediatamente o que me esperava: um táxi de mil novecentos e troca o passo com um motorista a combinar. MEDO!

Com ligeireza saio de casa, contorno os cães que entretanto já não largam de vista a personagem, ponho as mochilas no carro e lá vamos nós a passo de caracol numa estrada deserta até o aeroporto.

Enquanto isso o tempo passa, mas não há-de ser nada. Ao invés da hora e meia de antecedência chego com apenas uns cinquenta minutos mas sem stress que o check-in fecha aos quarenta e cinco. Check-in feito, vou até um cafezinho logo ali para tomar um café mas no mesmo momento em que estou a pousar as malas no chão, passa a rapariga que me fez o check-in e recomenda: olhe que é melhor não se sentar que ainda tem muito que andar e já não tem muito tempo!

Bolas. Bem, assim sendo, volto a pôr a mochila às costas e o saco a tiracolo e lá vou eu, em cima das minhas botas de cano alto e saltos - escolhidas por uma simples questão logística: os sapatos rasos ocupavam menos espaço no saco de desporto :p - toda animada. E ando. E ando. E ando mais um bocado. E quando penso que já não é possível andar mais, eis que surge um novo corredor, e continuo a andar. Ando tanto que as botas conjugadas com o peso das malas começam a fazer mossa.

Finalmente chego à porta de embarque e espero. E volto a esperar. E espero mais um bocadinho. E entretanto, lá chega a tripulação a queixar-se da maratona que fez. E entram. E nós esperamos. E fala-se de atraso no vôo seguinte. E continuamos à espera. E eu lamento o café não bebido.

Mas eis que entramos, arrumamos malas por cima das cabeças e nos sentamos e Good Morning Ladies and Gentleman. This is your captain speaking... bla bla bla... há greve de controladores aéreos em França... blá blá blá... e vamos ter um atraso de cerca de uma hora para descolar... blá blá blá... mas pusemos toda a gente cá dentro para estarmos logo prontos a descolar... blá blá blá... Thank you for your understanding.

ok. tá certo. eu mereço. Excuse me! Yes?! Can you please, please, bring me a coffee?! Sure dear. I'll be right back.

aaahhh! Com um cafézinho e um bom livro não há-de ser nada... Tão ingénua tadinha.

E lá partimos. Com uma hora e dez de atraso mas partimos. E fiz a viagem com duas personagens do mais raro que existe ao lado, duma nacionalidade totalmente imperceptível entre o indiano e o árabe, que passaram o tempo todo a pedir-me desculpa para os deixar passar para irem à casa-de-banho. Tantas vezes que às tantas já pensava que estavam a montar um qualquer engenho explosivo à vez. E riam-se para mim. Muito. MEDO!

E eis que chegamos. E a malta desata a levantar-se ainda com o avião a acabar as manobras, e eis que se atira toda para o corredor (para quê?!). E eis que os meus vizinhos me voltam a sorrir e excuse me! sorry! e lá se espremem entre mim e o banco e a malta que já está toda no corredor, mas lá ficam eles em pé, sorridentes e entalados. E eu deixo-me ficar sentadinha e espero. E esperamos todos. E continuamos à espera. E eerrr sorry for the delay but they forgot to bring the stairs so we are waiting for them.
Dez minutos depois saímos. Mas eu esperei sentada.

(to be continued...)

terça-feira, março 16, 2010

Quantas desventuras podem acontecer numa simples viagem de avião? - Parte I

(ou, a história que mais demorou a ser escrita e finalmente publicada, ou ainda, a primeira história por partes deste blog)
Não sei, mas posso garantir que elevei a fasquia na minha última viagem.

Tudo começou com uma troca de ameaças amigáveis: Olha que apareço! Promessas! Olha que vou mesmo!  Vou ficar à espera sentada! A verdade é que fui e que nos divertimos muito. Pelo menos no durante, porque no ir e no vir ganhei uns quantos cabelos brancos...

Quinta-feira, 25 de Fevereiro 16h40. Trocam-se os últimos emails sobre planos e expectativas e lembro-me de imprimir o eTicket das viagens de avião para confirmar o vôo do dia seguinte e efectuar o check-in online mais tarde.

Vôo confirmado, dobro o papel em três e coloco em cima da agenda para não ficar esquecido.

Estou a despachar mais uns pendentes, quando pelo canto do olho leio:

COSTA/SANDRA MRS 27FEB LIS LHR

27 de Fevereiro?! Mas amanhã é 26. Porque raio é que está ali 27?!

Desdobro o bilhete, e volto a ler o cabeçalho. Confirma-se, está lá mesmo 27 de Fevereiro. Deixa lá ver então a informação dos vôos e... AAAHHH A partida está para sábado! Como é possível?! Eu marquei para sexta! Sim, eu marquei! E até mandei o eTicket para elas terem os dados do meu vôo! Ninguém viu nada! Mas, mas, O QUE É QUE EU FAÇO AGORA?!

Se ir a Londres por três dias já sabe a pouco, quanto mais ir a Londres por dois! E os nossos planos para o sábado de gajas com passeios por todos os mercados e noitada - vá, fim-de-dia prolongado - num pub porreiro?!

Na minha cabeça começou logo a rodar um filme onde eu própria me chicoteava por tal lapso e obrigava a recompensar-me pelo fim-de-semana estragado. Ao mesmo tempo, havia pessoal a ter um treco a umas largas centenas de milhas de distância e eu tentava perceber como dar a volta à questão.

Primeiro os factos:
  1. o bilhete foi comprado numa agência online sediada em Palma de Maiorca (as maravilhas da internet que nos permitem comprar bilhetes para partidas e chegadas no nosso país mas que ficam mais baratos se comprados no estrangeiro...) sem seguro de cancelamento (nunca mais poupo dez euros);
  2. são praticamente cinco da tarde, por isso, seis da tarde em Espanha;
  3. mandar email está fora de questão por isso é telefonar e esperar que nos atendam (e que nos entendam).
Pego no telemóvel, marco o comboio de números e do outro lado atende-me uma espanhola toda prestável. Descrevo a situação num portunhol irrepreensível e pergunto se é possível alterar a data de vôo para a sexta. Sim claro! Desde que pague os custos de alteração e a diferença de tarifa se for o caso, e, haja vaga. Então e há vaga?! Há uma vaga no vôo das 7h30. 7h30?! Deixe-me pensar e já volto a ligar

Volto a encarar os factos:
  1. não gasto um tostão e fico com uma viagem a Londres de dois dias;
  2. gasto o valor da alteração, mais um dia de férias e fico com uma viagem a Londres de quatro dias.
Desabafo com o maridinho - e aproveito para chorar um bocadinho e libertar o stress que já é mais que muito por esta altura - e volto a entrar em contacto com a agência.

Desta vez, calha-me uma espanhola de pouca paciência. Assim que digo "estou a ligar de Portugal" ouço "de Portugal?" e pimbas espeta-me com música de espera. Passado uns minutos que me pareceram horas, atende-me uma portuguesa. Volto a explicar a situação e peço-lhe para proceder à alteração da partida para o vôo das 7h30 do dia seguinte, quando do outro lado da linha ouço um:

- Ai não sei se vai ser possível...
- Não sabe?! Mas a sua colega de Espanha disse que sim!
- Só um momento que vou confirmar. É que já é muito em cima da hora...

Espero, volto a esperar, mas a espera compensa e no fim volta a moça com a resposta que se queria ouvir. Trata-se das burocracias (e do pagamento extra) e volto a respirar de alívio. Ou pelo menos até ouvir um: Mas olhe que vou ter de lhe voltar a ligar para confirmar a emissão do bilhete e informar se é necessário pagar algumas taxas extra. Mais!? Suspiro derrotada e fico à espera do telefonema.

Uma hora depois, tenho novo eTicket, menos um dia de férias, mais um dia em Londres, menos o custo de alteração de vôo na carteira, mas nada de taxas extra.

O primeiro round terminou. Mal sabia que o combate mal tinha começado.

O Miguel regressou hoje à escola...

e eu regresso hoje ao contacto com o mundo depois de ter o telemóvel sem bateria desde sexta.

No meio de tantos carregadores que atulham as gavetas lá de casa, nem um compatível com o modelo deste telemóvel. O carregador está no trabalho onde se espera estar todos os dias úteis excepto os que se estão de férias. A vida da bateria é longa logo resiste bem durante o fim-de-semana, depois de uma alimentação de reforço ao final da semana.

Agora vou ali ver a quantidade imensa de mensagens e retomar os contactos que ficaram por fazer desde essa altura. Até tremo.

quinta-feira, março 11, 2010

Os meninos...

também brincam com bonecas.

Hoje aprendi uma palavra nova...

Crupe

s. m. (fr. e ing. croup). Laringite diftérica complicada por dispneia e asfixia devido ao facto de as falsas membranas e o edema acentuado da mucosa da laringe impedirem a penetração de ar na traqueia. Esta afecção tornou-se rara desde que se começou a empregar a vacina antidiftérica e a seroterapia.

Dispensava é que fosse à conta dele.

E depois de mais uma ida ao hospital com a indicação "mas se ele piorar no caminho para o hospital pare e chame o 112", resta ficar em casa resguardado para evitar que piore ou que cause nova crise respiratória.

terça-feira, março 09, 2010

Hoje...

Covent Garden, London

senti-me tão desconcentrada e tão perdida em indecisões que me apetecia sair do trabalho, ligar a alguém para me fazer companhia e dar dois dedos de conversa num pub antes de atacar com unhas e dentes o resto do dia de trabalho que tinha (tenho) pela frente.

Aqui não há pubs e à hora de sair tudo tem pressa para ir para casa. Lá se calhar também, mas isso agora não interessa nada.

Sinto-me a mil.

Imagens soltas...


Isle of Dogs, London

Se há coisa que gosto de fazer quando visito uma cidade é levantar-me cedo e descobrir como acorda a cidade. É o quotidiano que me fascina mais do que os pontos turísticos, mas nem sempre tenho a possibilidade de o fazer.

Talvez seja por este gosto tão pouco comum que gosto de poder viajar sozinha, de poder descobrir novos locais sozinha, e, que não me sinto à vontade para fotografar lugares sem ser sozinha.

Mas verdade seja dita, também não houve viagem que fizesse sozinha que não arranjasse logo companhia para a maior parte dos passeios.

Hoje esteve sol...

London Eye, London

e eu comecei a manhã a explicar que os bebés também nasciam pela vagina - porque a outra saída eles já conheciam - e o maravilhoso processo da dilatação dos ossos da bacia entre outras descrições que tais.

A noite foi muito mais simples e limitei-me a ter de pormenorizar a viagem dos cocós, a partir do momento que descarregamos o autoclismo até ao momento em que a água chega ao rio, sem esquecer essa magnífica invenção que é a E.T.A.R.

Não podemos saltar já para a equação de Laplace ou a transformada de Fourier?!

segunda-feira, março 08, 2010

É segunda-feira...

Borough Market, London
e a manhã custou a começar.

No entanto, tem o sabor a amigos e crianças a brincar. E isso basta para nos fazer enfrentar o dia com um sorriso. Pelo menos a mim basta.

Boa segunda!

sexta-feira, março 05, 2010

quinta-feira, março 04, 2010

Sushi-Niguiri-Tempura...

So Restaurant - Soho, UK

tudo termos que ganharam um novo significado para mim.

Se o restaurante pode fazer a diferença na opinião sobre os sabores, a companhia é sem dúvida o que mais fica na memória dos bons momentos.

quarta-feira, março 03, 2010

Fui a contar com chuva e neve...

 St. Paul's Cathedral e Millenium (Woobly) Bridge
e saiu-me sol.

Não sei explicar o fascínio que sinto por esta cidade. Depois de mais de dez anos a suspirar por um regresso, eis que volto novamente sozinha à Londres que me conquistou o coração.

É engraçado perceber que há coisas que simplesmente estão na mesma e que isso, de alguma forma, aumenta ainda mais o gosto por este lugar.

Desta vez não houve as visitas da praxe nem grandes planos a cumprir. Desta vez quem me acompanhou nos passeios não eram jovens de variadíssimas nacionalidades que conheci no Hostel e que, como eu, viajavam sozinhos, mas sim duas amigas que sendo de cá estão lá. Falou-se português o tempo quase todo. Falou-se e passeou-se e comeu-se e riu-se. Muito.

Não trocava estes quatro dias e a respectiva companhia por nada. E já tenho saudades.