quinta-feira, janeiro 31, 2008
(e há outras vezes que) Estou...
a dormir profundamente e sou acordada com uma cabeçada.
Também reconheço imediatamente o filho que me bate. Miguel!
Atira-se todo ele sobre mim. Filho... Cabeça, tronco e membros. Joga-se com todo o seu peso. Cabeça contra cabeça, dedos pelo nariz acima. Não faças isso, Miguel! Dedos que pela boca dentro se entretêm a escarafunchar gengivas. Filho, pára!
Eram só mais cinco minutos. E tantos dedos que ele tem. Está quase na hora de levantar e estava finalmente a dormir tão bem. Olha ali o pai, filho. Unhas rentes e afiadas. Aaaiii. Testa contra testa. A chucha em ritmo acelerado tal e qual a Maggie. Filho, por favor.
Ele que quer o meu colo. Eu que queria o meu sono. Precisava de ser eu apenas durante só mais cinco minutos. Mãeee, papinha!
O meu pestinha.
terça-feira, janeiro 29, 2008
Estou...
no computador a recuperar algum do tempo perdido, quando ouço chamar: Mãeeee... Mãeee. Ao primeiro mmm reconheço imediatamente qual os dois me reclama. Ele tem um chamar doce e impaciente. Mãeee! Tal como ele é.
Entro no quarto e ajoelho-me na cama. Ofereço-lhe a cara e ele percorre-a com a mão à procura dos olhos, do nariz, da boca. A respiração que acelera enquanto me identifica com os dedos.
Shhhh... a mamã está aqui. Está tudo bem.
Faz-me festas. Afaga-me o cabelo. E era tão bom que lhe pudesse afastar sempre o mal só por o deixar sentir-me. Acarinha-me como se fosse eu quem precisa de protecção.
E volta a adormecer, sem nunca ter acordado.
A mãe vai sair, mas está mesmo aqui ao lado. Dorme bebé. Dorme.
A mão que se deixa pousar na almofada. O suspiro. Já não precisa de mim. Saciou a vontade de festas e beijos. Talvez precise eu dele.
Ele está satisfeito. Fico eu com desejos de abraços apertados com cheiro de menino.
O meu bebé.
E aos 32 anos...
aprendo finalmente a jogar Gamão.
Sempre tive curiosidade em perceber como é que isto se jogava, mas enfiei na cabeça que era uma complicação pegada.
Afinal quem estava a ser complicada era eu. Mesmo sem nunca ter tentado.
Nunca uso...
fios, colares e afins.
Não é porque não goste, mas apenas porque nunca me lembro e atrapalham-me os colos.
Hoje escolhi dois colares compridos que se complementavam, e, enquanto me acabava de ajeitar, entra ela no quarto. Olha-me de cima a baixo surpreendida com o que tenho ao pescoço:
- mãe, tu tens fios! - exclama incrédula.
- sim tenho, fica bem?
- não! - enquanto continua o seu escrutínio visual.
- não?!
- não. não se usam dois fios ao mesmo tempo!
[querida]
segunda-feira, janeiro 28, 2008
domingo, janeiro 27, 2008
Querem rir, querem?!
Há uns anos - que ainda não foram assim tantos que justifiquem o esquecimento - o que aconteceu na sala de espera do consultório de pediatra, devia ter servido para me ensinar uma lição.
Devia mas parece que não ensinou, pois esta mesma mãezinha, decidiu ir com as suas lindas criancinhas para um parque perto de casa, sem nada dentro da mala a não ser a máquina fotográfica.
Então, situemo-nos.
É quarta-feira e estou em casa com ele doente mas bem-disposto. Da escola dela, telefonam-me a dizer que ela estava com febre. Vou buscá-la e encontro-a no refeitório, quente, mas muito animada. O sol está tão bom que parece sacrilégio não o aproveitar - e toda a gente sabe que os raios de sol estão carregadinhos de vitamina D que lhes faz tão bem, e tal e tal - por isso sugiro uma ida ao parque perto de casa. Passamos só por casa para encher uma garrafa com água, verificar a temperatura dela e trazer os panamás que estavam confinados no fundo do roupeiro à espera de um dia como este.
A viagem ao som do Ruca é curta, e eles correm à minha frente em direcção ao parque deserto. Estamos há uns cinco minutos no parque quando ele me pede para fazer xixi. Sem casas-de-banho por perto, restam-nos os canteiros ali à volta. Passados outros cinco minutos se tanto, volta a pedir-me para fazer xixi em tom aflito. Grito-lhe a ela que não saia donde está enquanto eu vou com o irmão ver as flores novamente. Baixo-lhe as calças, mas já tinha feito e para mal dos meus pecados, não era xixi... - quem for sensível é melhor parar por aqui - O problema é que era suficientemente liquido para escorrer pelas pernas abaixo e pelas costas acima (?!?!) enquanto o aroma se espalhava mais depressa que o de uma bombinha de Carnaval.
Puxo-lhe as calças para cima e levo-os para o carro fazendo fé nas tolhitas que nunca saem de lá e na garrafa de água que pensei ter deixado no carro, e, chegados ao pé do dito, dispo-o da cintura para baixo. Todo ele fedia e eu própria já não estava em bom estado. O problema agravou-se no momento em que me apercebi que o pacote-de-toalhitas-que-nunca-saem-do-carro, imagine-se, não estava lá, e que a garrafa de água tinha ficado esquecida em cima do muro de casa.
Temos portanto, um parque deserto, um miúdo borrado dos pés aos ombros, uma miúda a perguntar quando é que os três regressavam ao parque, uma mãe com um miúdo nu e totalmente coberto de caca mais uma miúda que reclama pela diversão perdida e mais um monte de roupa nojenta, tudo do lado de fora do carro, e, qual cereja no topo do bolo, um mecânico que assiste de forma nada discreta ao que se passava ali enquanto se debruçava sobre um motor a uns metros dali e por certo pensava que preferia as suas mãozarras cheias de óleo às minhas maozinhas cheias de... bom... vocês imaginam.
Pego no miúdo tal e qual como estava, sento-o na cadeira tal e qual como estava, prendo os dois, abro as quatro janelas e seguimos em direcção à banheira mais próxima. A nossa claro está.
Será que à segunda a lição fica aprendida?! Aceitam-se apostas.
Então, situemo-nos.
É quarta-feira e estou em casa com ele doente mas bem-disposto. Da escola dela, telefonam-me a dizer que ela estava com febre. Vou buscá-la e encontro-a no refeitório, quente, mas muito animada. O sol está tão bom que parece sacrilégio não o aproveitar - e toda a gente sabe que os raios de sol estão carregadinhos de vitamina D que lhes faz tão bem, e tal e tal - por isso sugiro uma ida ao parque perto de casa. Passamos só por casa para encher uma garrafa com água, verificar a temperatura dela e trazer os panamás que estavam confinados no fundo do roupeiro à espera de um dia como este.
A viagem ao som do Ruca é curta, e eles correm à minha frente em direcção ao parque deserto. Estamos há uns cinco minutos no parque quando ele me pede para fazer xixi. Sem casas-de-banho por perto, restam-nos os canteiros ali à volta. Passados outros cinco minutos se tanto, volta a pedir-me para fazer xixi em tom aflito. Grito-lhe a ela que não saia donde está enquanto eu vou com o irmão ver as flores novamente. Baixo-lhe as calças, mas já tinha feito e para mal dos meus pecados, não era xixi... - quem for sensível é melhor parar por aqui - O problema é que era suficientemente liquido para escorrer pelas pernas abaixo e pelas costas acima (?!?!) enquanto o aroma se espalhava mais depressa que o de uma bombinha de Carnaval.
Puxo-lhe as calças para cima e levo-os para o carro fazendo fé nas tolhitas que nunca saem de lá e na garrafa de água que pensei ter deixado no carro, e, chegados ao pé do dito, dispo-o da cintura para baixo. Todo ele fedia e eu própria já não estava em bom estado. O problema agravou-se no momento em que me apercebi que o pacote-de-toalhitas-que-nunca-saem-do-carro, imagine-se, não estava lá, e que a garrafa de água tinha ficado esquecida em cima do muro de casa.
Temos portanto, um parque deserto, um miúdo borrado dos pés aos ombros, uma miúda a perguntar quando é que os três regressavam ao parque, uma mãe com um miúdo nu e totalmente coberto de caca mais uma miúda que reclama pela diversão perdida e mais um monte de roupa nojenta, tudo do lado de fora do carro, e, qual cereja no topo do bolo, um mecânico que assiste de forma nada discreta ao que se passava ali enquanto se debruçava sobre um motor a uns metros dali e por certo pensava que preferia as suas mãozarras cheias de óleo às minhas maozinhas cheias de... bom... vocês imaginam.
Pego no miúdo tal e qual como estava, sento-o na cadeira tal e qual como estava, prendo os dois, abro as quatro janelas e seguimos em direcção à banheira mais próxima. A nossa claro está.
Será que à segunda a lição fica aprendida?! Aceitam-se apostas.
sábado, janeiro 26, 2008
Back on business!
Já tenho um brinquedo novo!
Agora é só tentar actualizar tudo o que ficou por registar nestes últimos quatro dias...
[e a criançada está a melhorar]
Agora é só tentar actualizar tudo o que ficou por registar nestes últimos quatro dias...
[e a criançada está a melhorar]
sexta-feira, janeiro 25, 2008
21 meses...
e entrou na fase da vontade própria e do querer fazer tudo sozinho. Por exemplo:
Quando tem vontade anuncia-a aos quatro ventos mas tem de ser ele a ir buscar o bacio, a baixar as calças e as cuecas, e, a sentar-se sozinho.
À primeira vista é perfeito... só deixa de o ser quando não o apanhamos a tempo e ele vai feliz da vida despejá-lo sozinho. Porquê? Digamos que é por deixar atrás de si um rasto facilmente detectável.
quinta-feira, janeiro 24, 2008
Como...
uma amigdalite e uma otite não eram suficientes, juntou-se uma bronquiolite ao pacote.
Estamos de molho mais uns dias.
terça-feira, janeiro 22, 2008
A este fim-de-semana...
nem o poder de síntese dela resistiu. Foram duas páginas com descrições emocionadas das suas aventuras. E foram duas porque a S. não conseguia acompanhar a velocidade dela, senão...
[Domingo à noite: Porque é que o Gil não pode ficar a viver connosco para sempre?]
Depois de uma noite...
atribulada, fica de molho dois dias, com direito a todo o ganguinho de mãe que lhe conseguir dar.
Obrigada pelos mimos.
segunda-feira, janeiro 21, 2008
As doenças...
nos filhos, também se prevêem com o cheiro.
[quando começam a ficar doentes, mudam logo o cheiro, porque será?]
Todas...
as segundas-feiras custam, mas começar uma segunda-feira, a: ter de passar a roupa que três dos quatro vão vestir; fazer sopa antes das oito da matina; lutar contra a resistência da mais velha para acordar; escutar a tosse-afónica (isto existe?!) do mais novo depois de uma noite mal-dormida...
é dose.
[ele vomitou o pequeno-almoço, não quer comer e só quer dormir, vamos ver no que isto dá...]
Pode não fazer sentido nenhum...
mas nos dias de nevoeiro, apetece-me sempre passeios a dois à beira-rio.
domingo, janeiro 20, 2008
Domingo à tarde...
Como três moem mas não matam, à tarde veio mais uma.
Agora enquanto o de 9, a de 7 e a de 4 brincam/gritam/riem/discutem/saltam/birram/correm/choram no jardim, o de 1 dorme a sesta.
Domingo de manhã...
O mais velho estuda História na casa-de-jantar, a do meio brinca com as pollys no quarto e o mais novo aspira a sala.
sábado, janeiro 19, 2008
O Gil...
está a passar o fim-de-semana connosco. O Miguel está a dormir a sesta e eles os dois estão a brincar com os legos. Ela mostra-lhe a sua
construção e confessa: - esta é para o meu namorado! - namorado? Tu tens um namorado? - em tom escandalizado. - tenho... Achas mal? - pergunta a medo. - acho claro! Isso é coisa dos crescidos! - ah... Mas eu tenho!
construção e confessa: - esta é para o meu namorado! - namorado? Tu tens um namorado? - em tom escandalizado. - tenho... Achas mal? - pergunta a medo. - acho claro! Isso é coisa dos crescidos! - ah... Mas eu tenho!
sexta-feira, janeiro 18, 2008
Três...
festas de anos num sábado à tarde.
Oh meus amigos, vamos lá a fazer pontaria para que os futuros filhos calhem em alturas menos concorridas, ok?!
[de Dezembro a Março é no mínimo uma festa de anos por semana... ai!]
Ontem...
cheguei a casa com uns sapatos e umas perneiras para ela, um fato de treino para ele e um tacho para mim.
Um tacho?!
quinta-feira, janeiro 17, 2008
Denominações...
Ela passou a tratar-nos por mamma e papi [e não fazemos a mais pálida ideia porquê...] e, às vezes, diz que gostava de ter um segundo nome.
Ele começou a dizer o nome dele: Miguéiii!
Nós estamos proibidos de a tratar por Janeca:
- Oh paiiiii... já não sou Janeca! Isso era quando eu era da T. mas agora já sou crescida!
No carro...
a jogarmos um jogo chato, chato, chato, em que ela queria que repetíssemos em loop as palavras que ela escolheu:
- desculpa, mas já não quero jogar a isso. escolhe outro jogo.
- não, quero jogar a este. diz "sim" mãe!
- não!
- diz, mãe. joga comigo.
- não.
- olha, eu não gosto de ti.
- não faz mal, eu gosto de ti na mesma.
- mas olha que eu só gosto do pai! - em tom de ameaça.
- não me importo. eu gosto de ti na mesma, mesmo quando estou zangada contigo e quando tu não gostas de mim.
- mas olha que eu só gosto do pai, do mano e dos avós! - avisa.
- não faz mal.
(pausa)
- isso assim não vale...
quarta-feira, janeiro 16, 2008
Não fazia a mínima ideia...
que esta ideia passava pela cabeça dos nossos iluminados, mas a ser mesmo uma realidade e não um devaneio de algum deputado com mais tempo livre, há que marcar a nossa posição.
Parece que se põe a hipótese do encerramento do Hospital D. Estefânia em favor da inclusão de um piso dedicado à pediatria no novo Hospital de Todos dos Santos.
Para terem mais informações visitem o blog Apoiar e Defender o Hospital D. Estefânia
Para assinarem a petição em defesa deste hospital acedam aqui.
Porque conheço bem alguns serviços deste hospital e a qualidade com que os prestam aos seus utentes, faz-me confusão que não se defenda e promova o que ainda tem qualidade neste país.
terça-feira, janeiro 15, 2008
Eu precisei de três posts...
ela resumiu tudo numa única página:
O meu fim-de-semana foi assim... Fui à neve com o pai, com a mãe e com o mano. Tinha lá cheio de neve e eu peguei a neve no carro. A neve era congelada e eu comi neve e estava fria. Eu fui passear e encontrei um hotel que era muito giro e fiquei no quarto do hotel. Vi a família do meu cão Rufus ao pé do hotel. Comi papa-farinha e ovo mexido dentro do hotel porque lá tem um restaurante que é muito giro. Andei de trenó vermelho com a mãe e o pai e com o mano e não tinha volante. Depois fomos para a casa do hotel. Depois de dormir fui outra vez para a neve. Mas tinha uma neve diferente, tinha neve fofinha que parecia areia. Depois a mãe mostrou-me um lago que era neve congelada e nós estávamos em cima da neve e a mãe mexeu na neve e a neve foi para o lago.
Hoje foi dia...
de reunião na escola dela.
Nunca há nada de propriamente novo nestas reuniões. A informação diária e o facto de irmos falando com a educadora quando a vamos levar ou buscar, mantém-nos sempre actualizados no que se vai passando.
A única coisa que para mim foi novidade foi perceber que ela passou a ser na escola o que é em casa. O ano passado, percebia que muitas das coisas que ela fazia em casa, ainda não eram uma conquista na escola, sem falar na sua maneira de ser que era muito mais fechada embora a tivessem conquistado totalmente até ao final.
Hoje só houve uma coisa que ela ainda não mostrou fazer na escola e que faz de forma habitual em casa. Não interessa nada se ela o faz ou deixa de fazer, serve apenas para constatar esta sua homogeneidade entre a casa e a escola.
Viemos felizes.
Dia 3
No domingo fomos brindados com uma tempestade de neve. Fomos, aliás, dos últimos a sair da Serra nesse dia.
Se no sábado os -3ºC pareciam a 3ºC, os -0.5º de Domingo deixavam no corpo a sensação de estarem uns -5ºC.
Muito vento, muito nevoeiro e neve. Mesmo muita neve a cair incessantemente em flocos imensos. Numa das nossas paragens durante a descida, ficámos sem saber como é que íamos sair dali. A estrada em poucos minutos ficou coberta de um manto branco e nós não tínhamos correntes. Acabámos por ser safos pela passagem de um limpa-neves, mas a verdade, é que mesmo a escassos metros dele e com meia dúzia de carros entre nós, quando passávamos pela estrada já esta estava novamente coberta de uma camada de neve e gelo.
O Miguel nunca chegou a sair do carro e a Joana saiu e voltou logo a entrar. Já nós, os crescidos - só em altura neste dia - aproveitámos para grandes lutas de bolas de neve e descidas de sku.
Um dia assustador a nível de segurança mas indescritível a beleza de assistir a um fenómeno destes.
Deste dia só uma nota a fazer: quando fizerem lutas de bola de neve usem óculos ou mantenham os olhos o menos abertos possível. É que levar uma bola em cheio na cara de olhos abertos, dói. Ui se dói! :)
segunda-feira, janeiro 14, 2008
Este blog volta a mudar...
e eu, atrasada como sempre, despeço-me do Outono
e recebo o Inverno, aproveitando para devolver os miúdos ao lugar que lhes assenta que nem uma luva.
e recebo o Inverno, aproveitando para devolver os miúdos ao lugar que lhes assenta que nem uma luva.
Dia 2
Neve. Muita neve e um sol quente.
O dia esteve simplesmente perfeito.
A Torre estava cheia de gente ansiosa por dar uso aos trenós mais ou menos sofisticados. Lutas de bolas de neve um pouco por todo o lado. Miúdos divertidos. Adultos que pareciam miúdos. Bonecos de neve espalhados até pelos automóveis.
O Miguel não é grande fã de temperaturas extremas por isso a meio da manhã optou por dormir uma sesta de mais de uma hora, enquanto ela e o pai escorregavam de cada vez mais alto e com cada vez mais velocidade.
Brincámos muito. Rimos muito. Foi muito, muito bom.
O pior é entreter os miúdos numa aldeia que nada tem para fazer depois de anoitecer e neste dia acabámos por ir visitar o Museu do Pão. A Joana adorou a visita das crianças, mas o resto é demasiado chato para visitar com dois miúdos pequenos cheios de genica.
As duas noites que lá ficámos tivemos direito a jantar num restaurante onde éramos os únicos clientes. À excepção do almoço de sexta que foi na Pousada de São Lourenço e foi divinal - onde de resto também éramos os únicos a almoçar - as restantes refeições não foram nada de especial. A única coisa a merecer distinção é mesmo o pão. Delicioso!
O dia esteve simplesmente perfeito.
A Torre estava cheia de gente ansiosa por dar uso aos trenós mais ou menos sofisticados. Lutas de bolas de neve um pouco por todo o lado. Miúdos divertidos. Adultos que pareciam miúdos. Bonecos de neve espalhados até pelos automóveis.
O Miguel não é grande fã de temperaturas extremas por isso a meio da manhã optou por dormir uma sesta de mais de uma hora, enquanto ela e o pai escorregavam de cada vez mais alto e com cada vez mais velocidade.
Brincámos muito. Rimos muito. Foi muito, muito bom.
O pior é entreter os miúdos numa aldeia que nada tem para fazer depois de anoitecer e neste dia acabámos por ir visitar o Museu do Pão. A Joana adorou a visita das crianças, mas o resto é demasiado chato para visitar com dois miúdos pequenos cheios de genica.
As duas noites que lá ficámos tivemos direito a jantar num restaurante onde éramos os únicos clientes. À excepção do almoço de sexta que foi na Pousada de São Lourenço e foi divinal - onde de resto também éramos os únicos a almoçar - as restantes refeições não foram nada de especial. A única coisa a merecer distinção é mesmo o pão. Delicioso!
Dia 1
Chegámos mesmo quando um nevão estava para começar. Consoante íamos subindo, a certeza que devíamos ter levado correntes de neve ia crescendo.
Paisagens lindas, estradas bastante perigosas, e a felicidade dela em ver nevar pela primeira vez e de sentir que a neve era realmente fria.
Ficámos instalados na aldeia mais alta de Portugal e constatámos que aquilo é um autêntico deserto aos dias de semana e depois de escurecer.
Depois de termos sido obrigados a contornar a Serra para chegar ao destino, por causa das estradas já estarem cortadas, quando voltámos a subir já não pudemos passar da Lagoa Comprida. É aqui que Portugal fica muito atrás dos outros destinos de Inverno. Basta nevar, para se deixar de poder chegar ao cimo da serra, onde está a neve propriamente dita.
Já voltámos...
e nestes três dias apanhámos de tudo. E depois de sermos recebidos com arco-íris bem vivos, nada como uma tempestade de neve como despedida.
Ela delirou, ele nem por isso.
Há, portanto, muito para contar... e mostrar.
Ela delirou, ele nem por isso.
Há, portanto, muito para contar... e mostrar.
quinta-feira, janeiro 10, 2008
Ela...
anda a pedir-nos para ir ver a neve desde que começou o Inverno. Anda também a pedir para ficar de férias um dia de escola desde o início do ano.
Decidimos fazer-lhe a vontade e além de ir ver neve (esperamos) ainda vai fazer gazeta à escola.
Vamos então, até terras mais altas, comemorar os recém-feitos trinta e um anos do pai com um bocadinho de sku à mistura.
Até já!
quarta-feira, janeiro 09, 2008
Há uns tempos...
o meu problema era manter separadas as meias dele das dela.
Já não o tenho.
Agora usam os dois as mesmas meias.
[ele está a calçar o 23,5 e ela o 26]
No carro...
a jogarmos um dos jogos habituais:
- não tem patas, é verde, vive nos lagos, é muuuuuuuito comprido e tem uma boca muito grande. qual é mãe?
Depois de várias tentativas falhadas da minha parte, admito a derrota:
- não faço ideia Joana. desisto, qual é?
- é o crocodilo!!!
- mas os crocodilos têm patas Joana!
- ah... mas este que eu disse não tem mãe! este é especial!
- não tem patas, é verde, vive nos lagos, é muuuuuuuito comprido e tem uma boca muito grande. qual é mãe?
Depois de várias tentativas falhadas da minha parte, admito a derrota:
- não faço ideia Joana. desisto, qual é?
- é o crocodilo!!!
- mas os crocodilos têm patas Joana!
- ah... mas este que eu disse não tem mãe! este é especial!
terça-feira, janeiro 08, 2008
Eu devia ficar caladinha, mas...
o Miguel está (mesmo) a mudar o seu comportamento de sono.
Agora dorme tão profundamente, que temos de o acordar a meio da noite para fazer o seu xixi nocturno e de seguida adormece quase instantaneamente, sem acordar mais vez nenhuma até de manhã.
Hoje dormia tão profundamente que nem o conseguimos acordar como deve ser e foi embrulhado numa manta para a ama.
Será que as nossas más noites têm mesmo os dias contados?!
A minha filha é uma querida...
No carro:
- mãe, quando é que eu fico crescida?
- todos os dias ficas mais crescida. tens é de comer sempre tudo e sopa, para poderes crescer muito.
- não! quando é que eu fico assim muito crescida como tu?
- então, comes sempre tudo e depois vais crescendo, crescendo, e sem dares por isso, um dia ficas do meu tamanho.
- quantos anos tens mãe?
- 32.
- 32? iiiihhhh - em tom chocado - isso são muitos anos, mãe!
[e desata a contar até 32 para me provar que 32 é realmente muito]
segunda-feira, janeiro 07, 2008
Ele...
também já aprecia a hora da história. Contar-lhe efectivamente a história é que (ainda) é uma aventura. Se tentamos contar a mesma história aos dois, temos de garantir que o imobilizamos, senão passa o tempo todo a tentar mudar as páginas do livro. Por isso, basicamente, ele escolha a história e conta-nos ele a história a um de nós, enquanto o outro conta a história à irmã.
- tóia? do cão? - enquanto abana a cabeça em tom interrogativo
- óia! óia! o cão! - apontando o cão
- o pato! veis? - apontando cada pato da página
- ohh pexinho! veis?
- coeiiinho! óia! óia!
- cabou! outa?
Sou um 34! Eu sou um 34!
afinal a menina da loja estava errada!
Este fim-de-semana voltei à loja:
- boa tarde, podia dar-me este modelo num 32?
- 32? A senhora não é um 32!
- pois eu também não queria ser, mas na última vez que estive aqui os que me serviram eram 32...
- não pode ser, a senhora é um 34 pelo menos.
E era, ou melhor, sou. A rapariga que me atendeu da outra vez é que leu os tamanhos das etiquetas no país errado* :p
* não vem na etiqueta a medida portuguesa, só estrangeiras.
Se o ano passado...
começou com surpresas desagradáveis, este ano está a começar com a realização de alguns sonhos.
Só pode ser um bom auspício. Tem de ser.
sexta-feira, janeiro 04, 2008
Perguntas rápidas para respostas difíceis
No carro, no regresso da escola:
- olha Joana, a "fábrica das nuvens"!
- está a fazer nuvens! como é que ela faz as nuvens mãe?
(ooopsss)
- sabes na verdade esta fábrica que dizes que faz nuvens, não faz mesmo nuvens. Aquilo que sai da chaminé é fumo. As nuvens formam-se com as gotinhas de água que sobem para o céu e que se juntam todas na forma de nuvem.
- ahh.
(pausa)
- no céu há muitos senhores e senhoras. a tua mãe está no céu. porquê é que a tua mãe morreu?
- porque estava muito doente e os médicos não a conseguiram curar.
- mãe, as pessoas todas morrem?
- sim filha, todas as pessoas morrem.
- tu também vais morrer?
- sim filha, um dia também vou morrer. mas só quando for muito velhinha espero eu.
- e eu também vou morrer mãe?
(glup)
- sim, tu também vais morrer.
- mãe em que dia é que eu vou morrer?
(glup)
- só quando fores muito velhinha, muito velhinha.
- quando formos muito velhinhas e morrermos, podemos ir para a mesma nuvem mãe?
(mega-glup)
- sim, filha. Quando formos muito velhinhas e morrermos vamos para a mesma nuvem.
(pausa)
- as pessoas quando morrem ficam sempre assim?
- assim como?
- com cara, com olhos, com roupa...
- sim filha.
- mas não ficam com esqueleto. ficam só por fora, não é?
- não, as pessoas quando morrem ficam com tudo.
(pausa)
- mas como é que as pessoas vão para o céu? como é que elas sobem mãe? explica-me tudo.
(glup)
- sabes, na verdade as pessoas não vão mesmo para o céu. Ir para o céu é uma maneira de dizer, porque quando as pessoas morrem, são enterradas na terra, onde se vão transformando e servindo de comidinha para uns animais muito pequeninos e as árvores e as flores.
- ficam na terra?
- sim.
- e servem de comidinha?
- sim.
- e a tua mãe vai ser comida?
- sim filha, ela está a servir de comidinha para que as árvores ao pé dela cresçam muito muito.
(já a chegar ao pé da padaria)
- então não estão nas nuvens?
- não filha. olha a mãe agora vai ali buscar pãozinho e já volto está bem?
A cada pergunta que ela fazia mais eu me sentia num buraco sem fim, mas ao mesmo tempo feliz por estar a desconstruir algumas "ilusões" que tiveram a sua utilidade até agora, mas que algum dia teriam de ser devidamente explicadas.
Dois fins-de-semana...
prolongados seguidos, fazem mossa até às crianças:
- mãe, um dia eu posso não ir à escola? podemos ficar de férias um dia? mas um dia de escola, está bem mãe?
Só me apetecia pedir o mesmo para mim.
Estou...
com uma valente constipação desde o ano passado, e, estou tão desabituada de tomar qualquer coisa, que tenho insistido nas mezinhas caseiras para tentar levar a melhor.
Hoje ando com um desequilíbrio que me faz ter a sensação que vou cair a qualquer altura mesmo sentada à secretária. Ou seja, parece que já bebi mais que a conta mas sem ter tocado em mais nada sem ser leite e café.
A enfermeira nova diz que é de estar toda entupida. Eu vou acreditar nela e vou ter a honra de estrear a máquina verde este ano.
O que eu gostava mesmo era que fosse a única a precisar dela este ano.
Carnaval...
Domingo é dia de Reis, mas na escolinha dela é comemorado já hoje com os meninos todos "vestidos" de Reis e Rainhas.
Enquanto a vestia, lembrei-me que o Carnaval está quase aí e imaginando que ela ia desejar ser uma fada, ou princesa, ou bailarina, ou quem sabe, pedir para ser bombeiro novamente, achei melhor perguntar-lhe e dar-me um tempo extra para encontrar a fatiota.
- sabes Joana, o Carnaval está quase aí por isso tens de pensar de quê é que vais querer mascarar-te.
- eu já sei!
- já? de quê?
- de borboleta!
Esta miúda é mais imprevisível que o tempo...
[e acho que a máscara deste ano vai ser home made...]
quinta-feira, janeiro 03, 2008
O amor é lindo...
Já há algum tempo que há rebuliço naquela sala à conta de quem é namorado de quem.
A Joana ora namorava com o L. ora com o S. mas sem regime de exclusividade. No entanto, de há uns tempos para cá o L. perdeu vantagem, e o S. acabou por ser "só" dela.
Um dia, assim que abro a porta da sala, ele informa-me:
- olá mãe da Joana. Sabe, eu sou o namorado da Joana e vou casar com ela na sexta-feira.
(e vão-me, os dois, relembrando disso num regime quase diário)
Em conversa com educadora, ela diz-me que aquilo é paixão pegada. Que ele faz tudo por ela: corre para garantir que ela fica com o prato cor-de-rosa; vai-lhe buscar o gorro na altura de ir para o jardim; etc. Que ela não o larga e os abraços são uma constante assim como os beijinhos repenicados.
Para tentar pôr alguma água na fervura, e porque os beijinhos na boca são giros e inocentes mas também têm os seus limites, decidimos, fazer uma conversa com ela, ao jantar. Às tantas:
- mas sabes Joana, não precisam de estar sempre a dar beijinhos na boca. Podem dar apertinhos e beijinhos na cara. O pai e a mãe também dão beijinhos na cara, não é?
- mas é ele que me dá a mim, não sou eu!
- então dizes a ele, para dar antes na cara.
- oh mãe... - num tom de desânimo - mas eu gosto!
oh l'amour... l'amour... oh la la
A Joana ora namorava com o L. ora com o S. mas sem regime de exclusividade. No entanto, de há uns tempos para cá o L. perdeu vantagem, e o S. acabou por ser "só" dela.
Um dia, assim que abro a porta da sala, ele informa-me:
- olá mãe da Joana. Sabe, eu sou o namorado da Joana e vou casar com ela na sexta-feira.
(e vão-me, os dois, relembrando disso num regime quase diário)
Em conversa com educadora, ela diz-me que aquilo é paixão pegada. Que ele faz tudo por ela: corre para garantir que ela fica com o prato cor-de-rosa; vai-lhe buscar o gorro na altura de ir para o jardim; etc. Que ela não o larga e os abraços são uma constante assim como os beijinhos repenicados.
Para tentar pôr alguma água na fervura, e porque os beijinhos na boca são giros e inocentes mas também têm os seus limites, decidimos, fazer uma conversa com ela, ao jantar. Às tantas:
- mas sabes Joana, não precisam de estar sempre a dar beijinhos na boca. Podem dar apertinhos e beijinhos na cara. O pai e a mãe também dão beijinhos na cara, não é?
- mas é ele que me dá a mim, não sou eu!
- então dizes a ele, para dar antes na cara.
- oh mãe... - num tom de desânimo - mas eu gosto!
oh l'amour... l'amour... oh la la
quarta-feira, janeiro 02, 2008
adeus 2007, olá 2008
. a Joana aguentou-se até às duas da matina (mesmo sem sesta)
. o Miguel adormeceu por volta das dez e dormiu até às dez e vinte (sem acordar)
. eu bebi como já não bebia há muito tempo e soube-me muito bem
. passar o ano em casa, com amigos/família não é bom, é óptimo (e as minhas últimas 32 passagens de ano foram assim)
. a noite mais calórica das festas definitivamente não é o Natal, mas sim a passagem de ano
. à meia-noite muitos tachos batidos, muita alegria, muitos beijinhos e algumas passas
. os miúdos todos entretiveram-se sem uma única briga e deixaram os pais conversar enquanto resistiram
. os miúdos já se aguentam mais que nós
. uma passagem de ano sem telemóvel é um sossego
. às quatro da matina já nenhum aguentava com uma gata pelo rabo
. desde que o ano começou que o Miguel dorme a noite inteira (duas noites portanto)
. 2008 já valeu a pena só pela a lei de proibição de fumar em locais públicos fechados
. a Joana dormiu mais de catorze horas (seguidas) esta noite
. o ano mudou, mas o mundo continua igual independentemente dos pedidos politicamente correctos feitos um pouco por todo o lado
. já não recupero de uma noitada, como há uns anos
. 30 anos podiam ter sido comemorados e não foram
. a queda de mais um dente-de-leite da M., logo a começar o ano
Bom 2008 para (nós) todos!
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