segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Quanto mais me bates...


mais eu gosto de ti.

Diz que fizeram uma miúda de sete anos feliz hoje...


E com o primeiro computador, a sua primeira password*. Está que nem pode.



* as contas deles nos nossos pc's não tinham password.

Primeiro banho no mar...

  


Sábado, entre outras coisas, foi dia do primeiro banho no mar deste ano. Ficam as fotos de telemóvel porque a única coisa para a qual que não tive tempo, foi para me sentar ao computador a ver fotos do fim-de-semana. E isso, só por si, já diz muito do que foram estes dois dias.

sexta-feira, fevereiro 25, 2011

O meu filho é lindo, mas às vezes apetece rifá-lo...

Ontem, ou melhor hoje, depois do trabalho que tinha para fazer, fiquei num tic-tic frenético até às três da manhã para conseguir ter o gorro pronto quando ele acordasse. Consegui.

Hoje, ou melhor, horas depois, acordo, mostro-lhe a obra, peço-lhe para experimentar para ver como ficou e ele, sem quase olhar para o dito:

- ah não quero experimentar. ainda não decidi se o quero!

coméqué!?

Condutores estafermos ou estafermos dos condutores...

O síndrome é mais que conhecido. Todo o português, mesmo o mais meiguinho e fofinho e tudo acabado em inho, quando tem um volante nas mãos transforma-se num bicho feroz. E não é bonito. Até podem dizer ah, olha que isso não é bem assim, eu não sou assim! mas no fundo, no fundo, é treta. Nós todos, a certa altura achamos que aquele sinal está muito mal colocado e como tal ignoramo-lo, ou que se caiu o vermelho então ainda podemos passar porque o verde para os outros ainda não abriu ou eles esperam um bocadinho já que estão parados, ou que o limite de velocidade nas autoestradas devia de vir acompanhado de uma legenda "excepto carros com mais de 150 cavalos e mãos tão experientes como as do sr. Jaquim", que se há espaço para parar podemos estacionar, que a fila de carros que se formou na saída que queremos está lá só para ser furada e que somos tão mais ases ao volante quanto mais à frente furarmos, que somos capazes de segurar num telemóvel, aplicar rímel, ler um livro, enviar sms, escrever um email, postar no fb ou twittar e ao mesmo tempo tomar atenção às entradas e saídas, contornar rotundas e ultrapassar velhinhas, e, que só os otários é que pagam parquímetro.

É, nós somos o máximo.

E a prova disso foi o estafermo que ontem me ia passando a ferro na passadeira só para ficar parado no semáforo dois metros à frente - os carros à minha esquerda estavam parados por causa do trânsito, e como não tinha visibilidade sobre a direita porque depois da passadeira estavam autocarros e um camião TIR, avanço até ao meio e páro para espreitar a direita antes de continuar-, que ao passar por mim e assustar-se quando repara em mim, ainda põe a cabeça de fora e diz olá com um sorriso gozão, que depois de atravessar e ao passar por ele no passeio sai do carro e dirige-se a mim num tom de quem vai pedir desculpa para quando lhe dou atenção acabar por ofender-me pois eu é que não sabia atravessar.

E fiquei parada a olhar para o homem. Porque esta ideia de que todos têm culpa menos nós, é a que prevalece na estrada. Que se alguém se mete à frente, se demora mais do que um milésimo de segundo a arrancar quando passa a verde, se alguém está na passadeira e não reparámos e não nos dá nada jeito parar, se queremos atravessar e não nos apetece ficar à espera que os carros parem efectivamente para passarmos, então é válido buzinar, reclamar, ofender e abanar a cabeça ou passar a mão à frente dos olhos enquanto olhamos enjoados para esse alguém, olhos nos olhos ou pelo espelho retrovisor ou, desaceleramos o passo só para chatear.

Será que um dia muda? Será que estamos a fazer alguma coisa para mudar isso? Ou é das tais coisas para se criticar nos outros, escrever umas balelas de vez em quando e fazer quando pensamos estar a safo dos olhos da autoridade?

quinta-feira, fevereiro 24, 2011

Dúvida existencial...

Se eu consigo fazer tantas coisas complicadas, porque é que eu não consigo beber água*?







* de forma consistente e na quantidade diária mínima e essencial para o nosso corpo. porque eu adoro água, simplesmente nunca tenho sede nem vontade de a beber...

quarta-feira, fevereiro 23, 2011

O puto sabe mesmo como regressar em grande...

ou, como a partir de uma banalidade se entala uma mãe antes do pequeno-almoço*.

De manhã, os dois no carro, sol lá fora e um brilho nos olhos dele. Passamos junto da escola dos crescidos e vemos uma turma, em plena aula de E.F., a sair da escola para correr na rua.

- olha mãe! vai ali a Mafalda?
- não sei, mas pode ir.
- na casa da Mafalda já são todos crescidos! porque é que já são todos crescidos e nós ainda não?
- porque nasceram há mais anos que vocês. na nossa daqui a uns anos também vamos ser todos, e eu vou ter saudades de quando vocês eram assim pequeninos!
- e se a Joana cresce primeiro que eu? ficas com saudades na mesma?
- a Joana vai crescer sempre primeiro que tu Miguel, porque é a mais velha.
- e quem vai ser avô primeiro, és tu ou o pai?
- vamos ser ao mesmo tempo, porque só vamos ser avós quando tu ou a mana tiverem o primeiro filho.
- quando formos crescidos.
- pois.
- porque tu não esperaste por mim para te casares?
- porque em geral, as pessoas casam primeiro antes de ter os filhos, mas não é obrigatório.
- e tu tinhas uma barriga gorda - o mesmo que barriga de grávida, para ele - quando te casaste?
- não.
- mas tu já nos tinhas na tua barriga!!!
- sim, mas eram muito pequeninos! e estavam divididos entre a mãe e o pai.
- pois eu também tenho bebés na minha pilinha. as senhoras têm os bebés pelo pipi e os senhores têm pela pilinha!
- não Miguel, os senhores não têm bebés, só as senhoras! Só que para nascer o bebé na barriga da mãe, o pai tem de por o bocadinho de bebé que tem dentro dele ao pé do bocadinho da mãe.
- e como é que fazem isso?
- o pai põe a pilinha ao pé - achei melhor aligeirar esta parte - do pipi da mãe.
- aaeeeuuuu... que nojo! - exclama no meio de uma careta - e os bocadinhos de bebé não se importam com os pelos? - pergunta ainda mais enojado - e como é que eles saem e vão ter com os da mãe?
- eles lá saem e conhecem o caminho...

e fez-se o silêncio.

ufa.


* da mãe, que a criancinha vai alimentada para a escola.

segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Ele...


quer ser muita coisa quando for grande - e queria ter furado as orelhas já com a irmã - mas há uma que mantém desde que me lembro: ser bombeiro. Hoje recebeu uma fatiota e a alegria dele não podia ser maior - ou poderia, se o tivéssemos deixado furar as orelhas como a irmã. Cookiebombeiro é o seu nome de guerra na escola, e nenhum outro é tão acertado como esse, porque ele é no coração um verdadeiro bombeiro.

Está quase a fazer cinco anos, e sei perfeitamente qual seria a surpresa certa para marcar a data de forma inesquecível (mesmo não o deixando furar as orelhas aos cinco anos como perguntou, claro). Será que consigo?

[e entretanto já nos avisou que quando tiver sete anos fura as orelhas como a irmã...]

domingo, fevereiro 20, 2011

Já que vou embalada...


depois de ter acabado o dela sigo, na organização de pensamentos, com um gorro para ele.


[não, não dei em maluquinha das agulhas, mas sem poder sair de casa tenho de arranjar algo que me entretenha sem ser a tv e o computador. além do trabalho e da criancinha doente, claro]

Ontem foi o dia...


Uma das surpresas que tinha preparadas para ela no dia dos seus sete anos, era ir satisfazer-lhe o desejo de furar as orelhas. Sempre lhe disse que podia furar quando se sentisse preparada para isso, e ela já ia falando em o fazer.

Quando a fui buscar à escola com o irmão e perguntei-lhe se queria ir, congelou de medo e não quis.

Há umas semanas, num fim-de-dia a duas, pediu-me para o fazer. Perguntei-lhe se tinha a certeza e ela que sim. Quando estávamos a chegar mudou de ideias. Seguimos em frente.

Ontem à tarde, pediu para o fazer decidida, e, depois de confirmar várias vezes que não ia desistir, lá fomos em busca de uma ourivesaria aberta à tarde. Rumámos ao Colombo com esperança mas nenhuma ourivesaria o faz. Perguntámos nas informações e havia um quiosque no primeiro piso onde era possível. Chegámos só para saber que a senhora que o faz tinha acabado de sair. A única possibilidade que restava era uma loja de piercings, e lá fomos nós, decididos a honrar a sua decisão.

Na loja de piercings não faziam furos "normais" pelo que rumámos a outra loja com o mesmo nome e na ponta oposta do centro, onde (supostamente) o fariam.

Chegámos, faziam, e a primeira coisa que a funcionária da loja me diz é:

- mas tem a certeza que a menina não vai desistir depois do primeiro? é que a maioria diz que quer, mas depois dói-lhe e já não deixa!

Apeteceu-me dizer umas quantas asneiras. Vi-a ali, a fazer um esforço para não desistir, e a ouvir isto. Ela sabe que dói e que depois passa, e foi justamente porque nunca lhe ter dito que não custa nada, que ela demorou até reunir a coragem para satisfazer o seu desejo. Olhei para ela e vi-lhe o brilho nos olhos de excitação - olhei para o pai e vi pânico - e afirmei à senhora que não sabia o que ela ia fazer, mas que se quisesse desistir, desistiria, pois ela estava ali por vontade dela.

Sentou-se, deixou que desinfectassem e segurei-lhe a mão - só para não segurar a do pai que estava quase a cair redondo de tanto nervoso - e portou-se à altura da ocasião.

Tenho uma filha com orelhas furadas, mas mais do que isso, tenho uma filha que aprendeu a combater o medo para conseguir o que deseja.

E só por isso, ontem é um dia para recordar.

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

Construir sonhos...


Ficar-se fechado em casa dias a fio com um miúdo doente não é fácil. Ficar-se fechado em casa dias a fio com um miúdo que adora andar na rua, a correr, a saltar e a fazer tudo o que se pode fazer na rua, é igualmente difícil. Ficar-se fechado em casa - numa casa em obras e onde só temos dois quartos para estar e com homens a operar rebarbadoras e afins no resto - dias a fio com um miúdo doente, que adora rua e que nem doente perde energia é o fim da picada.

Por isso inventamos viagens ao espaço, pelas estrelas e planetas longínquos.

Se não nos encontrarem é porque fomos a Marte. Ou à lua.

terça-feira, fevereiro 15, 2011

O amor também é isto...

Aproveitar a doença do filho para (finalmente) lhe fazer o cachecol que ele tanto me pede - e a felicidade dele a escolher a lã depois do médico? -, esperar que todos se deitem, trabalhar um pouco depois de um dia dedicado (unicamente) a ele(s) - e às vezes parece que nunca tenho tempo só deles -, procurar o modelo certo e começar.

Vou-me deitar agora com a certeza que não podia ter tido um 14 de Fevereiro mais especial que este.


E a cara dele amanhã (daqui a nada) quando vir? ui!

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Dia de São Valentim...


Foi passado entre abraços e beijos e sonecas enroscadas. Foi passado com muitos gosto de ti e festinhas na cara. Foi passado entre cuidados com pintas e comidas preferidas. Foi passado com surpresas-miminhos de mim para eles, deles para nós e dele para nós. Foi passado a dois e depois a outros dois e depois a quatro.

Eu sei que disse que não ligamos muito à data, mas também é um facto que gosto pouco de desperdícios. E porquê desperdiçar tanto mel se nem sequer é preciso corrompê-lo com consumismo?


O amor é simples.

Porque não há amores perfeitos...

domingo, fevereiro 13, 2011

Ainda bem que aqui a malta liga pouco ao dia dos namorados...

ou amanhã lá nos saíam os planos trocados.

Varicela is in the house. E é a nossa estreia nas doenças típicas da infância.

(só no corpo do mais novo por enquanto)

sexta-feira, fevereiro 11, 2011

onze.dois.onze

afinal há uma segunda (e decidi que só penso nestas imagens no próprio dia e que será sempre a primeira que tirar, tal como estiver)


11.2.11 - volto às consultas de ortopedia por causa do joelho. Como já esperava nunca cheguei a recuperar da queda que dei e desde que recomeçou o frio e as dores resultantes de alguns movimentos ou posições são de ir às lágrimas por vezes. O ano que passou não foi fácil e este ano não queria mesmo mais tempos de imobilização. Já me falaram de quem se curasse só com uma sessão de acupunctura. Será?

mais imagens:

onze.um.onze

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Um dia destes...

tenho de trocar a imagem lá de cima.

Mas eu gosto tanto dela...

[quando se acabarem as obras faço uma tela com ela. grande. enorme. para o meu escritório. talvez aí consiga trocar a daqui.]

É uma pós-graduação em gestão de conflitos...

Ictiossauros, por Miguel e mãe do mesmo

No carro, eu e eles jogamos ao "o que eu gostei mais/o que eu gostei menos"

- o que eu gostei mais foi do Teatro, o que eu gostei menos foi de a V não me ter deixado em paz. - avança ela, continuando a deitar cá para fora os agrados e desagrados.
- o que eu gostei mais foi de descobrir os ossos! Sabes, achámos ossos de dinossauro, Joana!
- não achaste nada - diz ela num tom descrente.
- acharam Joana - interrompo tentando dar-lhe um sinal para entrar no jogo - ouve o mano.
- sim! estávamos na horta a cavar e batemos numa coisa muito dura! depois cavámos mais e cavámos mais e encontrámos um osso!!! Eu encontrei um! Eram três, Joana! E fiz muita foooooorçaaaa! E tirei o osso!
- olha mano, tu achas que eram ossos de dinossauro mas não eram.
- ERAM! - grita ele.
- oh Joana, não digas isso filha. ok?! - insisto a ver se ela pára com aquilo, mas não tenho sucesso e começa uma troca de galhardetes entre os dois. Ele que ela era mentirosa, ela que não, até que...
- olha, eu vou explicar-te tudo Miguel...
- JOANA!!! - digo sem paciência.
- deixa-a explicar mãe. Deixa-a! vá Joana, então diz lá!
- então é assim - diz com voz maternal - tu achas que encontraste ossos de dinossauro que estavam ali enterrados, mas isso não pode ser. de certeza que foi a Sofia, que foi buscar os ossos de dinossauro a algum museu e que os enterrou na horta só para vocês descobrirem como é que se achavam os ossos e pensarem que eles estavam lá. Foi assim, Miguel.

E o que ela ouviu de volta?! Um "estás a mentir Joana! Mentirosa!"

Tentei a lição que há várias verdades e que cada um de nós escolhe em qual quer acreditar, mas parece-me que o mais pequeno não ficou convencido. Amanhã há alguém que vai ter muito que explicar... (é melhor ires começando a pensar no que vais dizer!)

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Hortas mágicas em Lisboa...

Em Outubro ainda apanhavam morangos vermelhinhos e deliciosos.

A semana passada fizeram a primeira apanha da azeitona e o resultado está a ser devidamente curtido na sala.

Hoje descobriram ossos de dinossauro*.


Cookiehorta rules!




* descoberta inserida no projecto dos dinossauros, escolhido por eles para investigar, e onde por ossos de dinossauro se entende canelas de vaca - facto que agora não importa nada porque a imaginação das crianças não tem limites e é bom que assim continue por muito e muito tempo.

Há dias assim...

que por mais que me esforce não consigo por ordem em todas as ideias que se acotovelam na minha cabeça pelo direito ao tempo de antena. Ora são as preocupações com as obras da casa, ora as com a finalização de algum trabalho, ou com a vontade de meter as mãos à obra num novo, ou a possibilidade de um novo projecto, ou qualquer coisa dos filhos, ou ideias para as remodelações caseiras, ou ideias para novos trabalhos, ou a subida dos impostos, taxas e o diabo a sete, ou trabalho, ou as férias, ou a necessidade de encontrar o contacto do velhote que me partiu o espelho ao carro, a marcação da consulta, ou...

Coisas importantes, coisas corriqueiras e coisinhas, todas a girar à velocidade de centrifugação aqui dentro da minha cabeça, cada uma delas a prender-me a atenção por segundos, minutos ou até conseguir sair do estado de hipnose. Eu! Eu! Agora eu! Eu! E nenhuma fica resolvida.

Hoje estou assim.

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

É esta força, esta vontade de não se deixar ir abaixo pelas contrariedades da vida...


| Artists Wanted | In Focus : Pete Eckert (Lo-Speed) from Artists Wanted on Vimeo.
Pete Eckert is a totally blind person. But through his photography, he proves that he IS a visual person, he just can't see. Artists Wanted is proud to present this truly inspiring portrait of the artist.

de não desistir e de procurar sempre soluções, a única coisa que me poderá levar algum dia a invejar algo em alguém.

Esta madrugada...

a uma qualquer hora imprópria para se acordar uma mãe, um sussurro feliz no meu ouvido:

- Aos seis anos posso mudar o meu nome! A Joana disse!

Posso rifá-lo?

domingo, fevereiro 06, 2011

Não sei quem se divertiu mais...


se eles a jogar isto, se eu a ver-lhes as caras de concentração.

(e o sol? já falei no sol que nos aqueceu este fim-de-semana?)

sexta-feira, fevereiro 04, 2011

Das coisas que tenho dito ultimamente...

- vais buscar-me água para fazer o jantar?

(onde "ultimamente" é desde Novembro...)

Eu à procura de fotos...

para ilustrar o amor à minha maneira nesta época de intenso convite ao consumismo - e que me enerva um bocadinho só por isso - solto um suspiro de frustração acompanhado pelo desabafo por não conseguir encontrar as imagens que tenho na ideia (teras e teras de fotos é no que dá) e ele logo:

- porque não tiras uma a nós dois?!

A minha alma ficou parva*. Mas vai aproveitar a deixa ainda assim.


* o espanto resulta apenas do facto que o gene anti-fotos das crias lá de casa ser da inteira e exclusiva responsabilidade do progenitor masculino.

Dia de Reunião (dele)...

Ele tem um coração de Leão.

E o meu coração transbordou.

A língua portuguesa é muito traiçoeira...

ou, o mais perto que ela alguma vez esteve - ie, que eu a ouvi se a memória não me trair - de dizer uma asneira.

Eu a ler uma ficha de trabalho de Estudo do Meio à cata dos erros.

- Joana, portátil leva acento no a.
- Ah, bem.

Pega no lápis para escrever o acento e acrescenta:

- mãe sabes porque é que eu escrevi portátil? Porque não queria escrever computador. É que computador tem a palavra pê u tê à e essa palavra é mesmo muito feia.

Dos cortes salariais...

(é bom saber que as nossas palavras fazem eco e que alimentam a curiosidade alheia)

Sobre a vigência dos cortes salariais e sobre as dúvidas que se levantaram aqui:

Cortes na Função Pública não estão garantidos para 2012 (extracto da notícia do Diário Económico por Denise Fernandes e notícia completa em PDF - vale mesmo a pena ler)


Jorge Miranda diz que cortes salariais só vigoram este ano (Raquel Martins, Público)

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

Está na hora da caminha...



é esta a música, na sua versão original - a do vídeo - que canto aos meus filhos (quase) todas as noites desde que nasceram. Para mim esta é A música para nos aconchegar enquanto o sono não chega. Não há outra. E é esta há 25 anos, dizem.

Ontem...

consegui que calçasse uns ténis que sempre se recusou calçar, convencendo-o que lhe davam super-velocidade nas corridas.

Fez uma corrida na escola, ganhou e ao fim do dia, a ver se o entusiasmava com os ditos:

- Vês, o que é que a mãe te disse?! Esses ténis ajudaram-te mesmo a ganhar a corrida!!!
- Achas?! - como quem diz: és parva ou fazes-te?! - foram as minhas pernas!

Tá bem, tá bem, não invento mais nada.

terça-feira, fevereiro 01, 2011

Da crise e das suas consequências...

Há uns meses levaram-me o abono. Pacífico. Recebia pouco e confesso que se me dissessem que iria deixar de o receber para aumentarem as prestações dos primeiros escalões até ficava contente. O problema é que ninguém mais carenciado saiu beneficiado por nós deixarmos de receber esse dinheiro. A quem serviu então? Ao Estado.

No início do ano subiram o IVA. Os desportos que os miúdos praticam passaram a ser taxados a 23% e só não levo com o aumento do meu ginásio porque entretanto já tinha cancelado a inscrição, que eram mais as vezes que não conseguia ir do que as que ia. Dizem que se tem de incentivar a prática desportiva e que esse é o melhor meio para combater a obesidade infantil - bem como andar de bicicleta/skate/patins, correr, saltar à corda, jogar à macaca, às escondidas e à apanhada, passear, etc., tudo coisas que se podem fazer com eles, que os meus fazem e que, ainda, não pagam imposto. Assim sendo, nada melhor que taxar com mais 17% as boas práticas. Serve este aumento para os clubes - muitos deles com poucos meios até - para melhorarem as condições dos seus alunos? Não, serve ao Estado.

Há uns anos, os produtos de soja viram baixar o seu IVA para a taxa mais baixa e eu dei pulos de alegria. Não se bebe leite de soja lá em casa para se ser fino. Bebe-se porque há questões de saúde envolvidas. O IVA baixou, mas o preço destes produtos manteve-se exactamente ao mesmo preço.Diz que a matéria-prima aumentou de preço e imagine-se, aumentou na percentagem exacta em que o IVA baixou! Interessou a quem?! Aos comerciantes e quem sabe aos produtores. O Estado tomou alguma medida para impedir esta ilegalidade? Era o tomavas.

Na farmácia além de o IVA aumentar, deixámos de poder ver o preço dos medicamentos nas embalagens. Dessa forma, só alguém muito atento ou que compre o mesmo medicamento há já muito tempo, consegue aperceber-se que alguns dos medicamentos até aqui comparticipados pelo Estado deixaram de o ser. Aconteceu-nos com pelo menos um dos medicamentos que eles fazem diariamente para controle da asma, no total de duas caixas por mês. Eles fazem três medicamentos diários cada um, fora os cremes/produtos/medicamentos para a pele atópica e os que tomam em situação de crise. Eu faço outros três por causa da Rinite Alérgica. Isto serve a quem? Ao Estado.

O preço dos combustíveis sofre aumento atrás de aumento, mesmo quando o barril de crude anda por valores mínimos. Deixando de fora o impacto que isso tem nos bolsos da malta para atestar o bólide caseiro, pode-se falar no impacto imediato que isso provoca no preço dos produtos finais, os tais que foram entretanto taxados com mais um aumento de IVA. Isto serve a quem? Ao Estado e às gasolineiras que até esfregam as mãos de contentes.

O meu recibo do vencimento vem este mês com mais uma linha no lado negativo. Diz que é durante este ano mas eu não faço ideia se é se não é. Sei que ninguém me perguntou se concordava e vai contra tudo o que me venderam quando entrei para o mercado laboral já lá vão quase 16 anos. Com esta fico com a certeza que não são precisas mais leis de trabalho favoráveis às empresas. Elas já podem fazer de tudo e o Estado ainda lhes dá mais ideias porque a lei é, pelos vistos, meramente uma formalidade. Ai não permite reduzir o vencimento? A malta dá um jeitinho e já dá. Assim sendo, só sei que se até aqui eu dizia que o "ao menos é certo", a partir de agora... E isto serve a quem? Ao Estado.

E o IRS vale a pena mencionar?

É nesta altura que agradeço os ensinamentos dos meus pais: não gastes tudo o que tens e muito menos o que não tens. Só assim, vamos continuando nesta crise sem grandes sobressaltos. Mas no fundo, o que isto me irrita, é que todo este esforço que estamos a fazer não serve a mais ninguém que não ao Estado, e, o Estado tem feito tudo o que consegue para nos servir cada vez menos e cada vez mais a si e aos seus.

Pedissem-me estes esforço e mostrassem-me resultados, e eu aceitaria com esperança de um futuro melhor para os que me seguem. Mas obrigarem-me a este esforço enquanto continuam a gastar como se fossemos multimilionários e a endividar cada vez mais as próximas gerações de portugueses, deixa-me apenas com vontade de bater a porta.