domingo, setembro 30, 2007
Acabados...
de chegar de uma festa de anos, farta em comida, e depois da história e de beber o leite da praxe (uns 300ml mais coisa menos coisa) chega a hora de se ir deitar.
pai - vá agora vais para a caminha.
ela - não! eu estou cheia de fome!
pai - fome? o que é que queres comer?
ela - massinha com carne!
Devo ter trazido a miúda errada da festa é que só pode!
E ele...
também aprende coisas novas. Agora foi a seleccionar o que quer comer. Se está a comer sozinho, dá a volta ao prato de forma a deixar o que não lhe apetece. Se estamos nós a dar, cerra a boca e deixa apenas escapar um não-não pela boquinha em bico com um olhar decidido.
É ele a escolher a comida, é ela a reinvidicar o direito de não ir a uma festa de anos com a gente para ficar com as amigas, é ele a escolher os sapatos, é ela a combinar a mala com a roupa.
Estamos tramados.
Se houve brinquedo...
bem comprado, o quadro magnético foi um deles. Deixa-se estar tempos perdidos, a desenhar e a inventar que escreve histórias com bolas abertas e fechadas todas alinhadas em linhas horizontais imaginárias.
Quando aprendeu a desenhar o nome dela, repetia-o exaustivamente. Na verdade, a escrita, mais ou menos inventada, sempre a puxou mais que o desenho.
Ontem depois de ter escrito o nome dela, pede-me para dizer as letras do meu nome. Escreveu-as uma a uma, apenas com dúvida no "R". Depois pediu-me para escrever o nome do pai. Limpei o quadro e escrevi-lhe o nome para ela copiar (a ver se assim sempre se entretinha durante um bocado e eu podia ver o E.R. sem perder o espanto do Carter a saber que ia ser pai). Copiou as letras uma a uma, sem hesitar.
Daqui a quinze dias faz quatro anos. Quatro anos. Tantos anos. Acho que não estou preparada.
Quando aprendeu a desenhar o nome dela, repetia-o exaustivamente. Na verdade, a escrita, mais ou menos inventada, sempre a puxou mais que o desenho.
Ontem depois de ter escrito o nome dela, pede-me para dizer as letras do meu nome. Escreveu-as uma a uma, apenas com dúvida no "R". Depois pediu-me para escrever o nome do pai. Limpei o quadro e escrevi-lhe o nome para ela copiar (a ver se assim sempre se entretinha durante um bocado e eu podia ver o E.R. sem perder o espanto do Carter a saber que ia ser pai). Copiou as letras uma a uma, sem hesitar.
Daqui a quinze dias faz quatro anos. Quatro anos. Tantos anos. Acho que não estou preparada.
sábado, setembro 29, 2007
Hoje...
ela passou a tarde com a S. e a M. Quando a fui buscar, a avó das amigas confessa-me: a sua filha fala pelos cotovelos!
Mas é que não estou a ver semelhanças com ninguém. Juro que não estou!
Quentes e boas...
o pai está a contar-lhe a história no sofá, para depois beber o leite e ir para a caminha. Eu vou os ouvindo de longe, quando de repente:
pai - (...) e depois despistou-se.
ela - como a mamã!
a minha filha é uma querida... é é...
[e tenho de admitir que ele tem uma paciência ainda maior que a minha para lhe contar as histórias antes de ir para a cama. conta-lhe quantas ela peça, mesmo que sejam das "grandes"]
sexta-feira, setembro 28, 2007
E de madrugada...
- pai... pai..
e em vez do pai fui eu, pensando que era ela. Era ele - mas como pode ser ele se o pai foi tão perfeito, tão de menino crescido? - a um metro do colchão a querer regressar à cama sem conseguir.
Pego nele, sussurro um shhh, e ele abraça-me o pescoço, num abraço tão apertado que me tira o fôlego por inundar o coração.
Obrigada filho.
quinta-feira, setembro 27, 2007
Sou feita...
de portas abertas. Escancaradas. Que deixam entrar o ar e a luz do dia mas que mantêm os cantos mergulhados em sombras. Incapazes de serem partilhados. Ditos.
Até um dia. Em que a porta começa lentamente a fechar-se. Terá sido o vento? E o ângulo é cada vez mais agudo. Serei eu que a estou a fechar sem dar por isso? O interior cada vez mais sombra. Ou quem foi? A vontade de a fechar que aumenta. Queima. Mas a incapacidade mantém-se. E vive-se assim com a porta entreaberta. Insatisfeito.
Fecha a porta, fecha a porta.
Eu quero. Mas não sou capaz. E tenho pena.
Até um dia. Em que a porta começa lentamente a fechar-se. Terá sido o vento? E o ângulo é cada vez mais agudo. Serei eu que a estou a fechar sem dar por isso? O interior cada vez mais sombra. Ou quem foi? A vontade de a fechar que aumenta. Queima. Mas a incapacidade mantém-se. E vive-se assim com a porta entreaberta. Insatisfeito.
Fecha a porta, fecha a porta.
Eu quero. Mas não sou capaz. E tenho pena.
Eu estou a gostar muito...
do curso. Estou mesmo. Sinto que estou a começar a dar pequenos passos numa área que sempre me disse muito. Que finalmente estou a autorizada a usar algum do meu tempo sem pressões para fazer o que gosto.
Sabe-me bem, mesmo com as pernas doridas de tanto andar, sair do trabalho e no tempo que me sobra até me enfiar na sala de aula, percorrer as ruas de Lisboa e descobrir sítios a que nunca fui.
Mas sinto-lhes a falta. Sinto a falta do os ver acordados, de brincar com eles, de dançar feitos tontos na sala desarrumada. A roupa amontoa-se, a desarrumação perdura, e eles dormem. Dormem um sono solto quando eu finalmente chego até eles. E mais umas horas ao computador, guarda esta, apaga aquela, selecciona outra ainda. E é tarde. O corpo ressente-se e a casa perde o viço. Os miúdos continuam miúdos, divertidos e a crescer, mas eu é que não os estou a ver miúdos, divertidos e a crescer. O frigorífico vazio. O meu leite que acabou há uma semana e eu que não posso sair de casa de manhã sem o beber. Deitar-me sem o meu leite quentinho. O corpo está cansado, a mente sente-se desafiada, o coração sente-se sozinho.
Estou a gostar muito. Estou, a sério que estou. Mas sinto-lhes a falta.
quarta-feira, setembro 26, 2007
Do concerto...
O som estava qualquer coisa de excepcional.
Foi chato foi demorar uma hora para lá chegar.
Os arranjos que eles fizeram às músicas conferiram uma nova dinâmica, mais moderna mas preservando a origem.
Já ficar meia-hora sem andar um milímetro em plena autoestrada, a menos de um quilómetro da saída para o estádio nacional, era desnecessário.
O Sting continua... enfim... continua ele.
Também não percebi a lógica de cortarem as saídas da autoestrada para o Estádio Nacional e não informarem as pessoas (inclusivé o aviso luminoso da autoestrada que uns quilómetro antes dizia apenas: "saída para o estádio condiciona. trânsito lento". Condicionada não é fechada, pois não? Ou quais seriam os critérios de passagem?)
Ouvir aquelas músicas ao vivo e com aquele som fabuloso, foi qualquer coisa de fantástico.
Menos bom, foi ter de deixar o carro em Linda-a-Velha e fazer o resto a pé. Mas pelo menos dessa forma sempre tivemos uma sessão de fitness incluida no preço do bilhete.
O espectáculo de luz foi bom, e os ecrãs gigantes tinham uma qualidade fenomenal o que ajuda a malta baixinha, como eu, que teve de se contentar com o relvado normal a seguir melhor o que se passava em palco (e o Sting... claro!).
Resumindo, o espectáculo foi muito bom mesmo e mesmo tendo perdido as quatro primeiras músicas dou por bem empregue o dinheiro. A ideia de fazerem o concerto a uma terça-feira no Estádio Nacional e de cortarem as saídas da autoestrada é que foi do pior.
Foi chato foi demorar uma hora para lá chegar.
Os arranjos que eles fizeram às músicas conferiram uma nova dinâmica, mais moderna mas preservando a origem.
Já ficar meia-hora sem andar um milímetro em plena autoestrada, a menos de um quilómetro da saída para o estádio nacional, era desnecessário.
O Sting continua... enfim... continua ele.
Também não percebi a lógica de cortarem as saídas da autoestrada para o Estádio Nacional e não informarem as pessoas (inclusivé o aviso luminoso da autoestrada que uns quilómetro antes dizia apenas: "saída para o estádio condiciona. trânsito lento". Condicionada não é fechada, pois não? Ou quais seriam os critérios de passagem?)
Ouvir aquelas músicas ao vivo e com aquele som fabuloso, foi qualquer coisa de fantástico.
Menos bom, foi ter de deixar o carro em Linda-a-Velha e fazer o resto a pé. Mas pelo menos dessa forma sempre tivemos uma sessão de fitness incluida no preço do bilhete.
O espectáculo de luz foi bom, e os ecrãs gigantes tinham uma qualidade fenomenal o que ajuda a malta baixinha, como eu, que teve de se contentar com o relvado normal a seguir melhor o que se passava em palco (e o Sting... claro!).
Resumindo, o espectáculo foi muito bom mesmo e mesmo tendo perdido as quatro primeiras músicas dou por bem empregue o dinheiro. A ideia de fazerem o concerto a uma terça-feira no Estádio Nacional e de cortarem as saídas da autoestrada é que foi do pior.
Nada como...
começar a manhã com o som de uma carrinha de caixa aberta a bater-nos no muro da frente.
Um muro partido e portões de acesso à garagem presos por guita. Muito bom.
terça-feira, setembro 25, 2007
Paciência e persistência
e muito amor à camisola.
Meia hora encostada a um muro, a ver passar os elevadores, a estudar-lhes a velocidade, de braços estendidos a acompanhar o movimento de elevadores imaginários, a procurar sítios com pontos de interesse e até turistas a olhar para nós, para o espaço vazio à nossa frente e a devolver-nos um sorriso que pode ir desde um nice-shot até afinal-também-há-maluquinhos-destes-por-aqui! (têm de concordar que isto já era muito comprido para pôr em inglês). Tudo para conseguir isto:
(efeito de panning)
Meia hora encostada a um muro, a ver passar os elevadores, a estudar-lhes a velocidade, de braços estendidos a acompanhar o movimento de elevadores imaginários, a procurar sítios com pontos de interesse e até turistas a olhar para nós, para o espaço vazio à nossa frente e a devolver-nos um sorriso que pode ir desde um nice-shot até afinal-também-há-maluquinhos-destes-por-aqui! (têm de concordar que isto já era muito comprido para pôr em inglês). Tudo para conseguir isto:
(efeito de panning)
domingo, setembro 23, 2007
Diário de uma remodelação - Dia 8
aos bocadinhos, aproximamo-nos do final.
A estante ficou pronta, a cama está quase e as prateleiras já estão encomendadas. Entretanto, o Miguel já dorme no colchão novo (no chão) para se ir habituando à falta das grades.
Se eu vejo isto pronto...
A estante ficou pronta, a cama está quase e as prateleiras já estão encomendadas. Entretanto, o Miguel já dorme no colchão novo (no chão) para se ir habituando à falta das grades.
Se eu vejo isto pronto...
sábado, setembro 22, 2007
Saídas (dele)...
Eu e ele no cimo de uma escadaria. Uma senhora, de decote generoso, a subir na nossa direcção.
Ele com olhos arregalados e voz em êxtase, a alto e bom som para quantos o queiram ouvir: Mi-mi-minhas!
Eu ensaio um sorriso 35 ou o-meu-filho-tem-uns-caracóis-louros-muito-giros-não-tem? para a senhora e a senhora devolve-me um sorriso rasgado de ai-que-menino-tão-lindo-que-ainda-acha-que-sou-uma-menina!
Pois...
sexta-feira, setembro 21, 2007
Notinhas...
- hoje bebi o meu primeiro café sem açúcar. E o segundo. E metade de um terceiro que acabou espalhado na secretária. Custou. *
- amanhã, tenho um baptizado. Mais um. Não sei o que vamos levar vestido. Os quatro.
- mandei um email para o Provedor do Cliente da Carris, com a fotografia do horário e não é que eles me responderam?! E não é que vão corrigir os horários!? Boa Carris!
- o Verão não chegou a aparecer a sério, mas palpita-me que o Outono (que começa hoje às 22h23) vem cheio de garra...
[ post em modo de actualização contínua ]
* não deixei o açúcar por nenhuma razão especial, apenas já punha apenas 1/4 de um pacote há algum tempo e agora como ele deixou de pôr, eu decidi fazer o mesmo. Bom, bom era deixar o café... mas isso acho que vai ser mais complicado.
Pára tudo!
Eu já tenho links para posts com dois anos e (quase) meio?!
Três anos de blog (feitos algures em Agosto)... e eu nem dei por eles passar.
E mais... quanto tempo dura um blog?
Dois anos e meio depois...
a fase repete-se.
Agora com ele.
Bonito.
[a fase dos pesadelos está oficialmente aberta ao público]
Estás bonita estás...
Cenário: É de noite. Cai uma chuva certinha e começa a trovejar. A rua está praticamente deserta e apenas os cafés ainda têm luz. Os carros passam apressadamente para chegaram ao conforto do destino.
Personagens: Eu. Euzinha sozinha, de mala a tiracolo, mochila maior do que pesada, pasta na mão. Sem chapéu de chuva.
Estou parada há já uns segundos. Onde é que eu deixei o carro?
Tinham-me acabado de perguntar o mesmo e eu respondi que estava logo ali. E estava, ou melhor, deveria estar. Mas onde?
Ah já sei. Está ali naquela rua que desce! Pois foi, já me lembro. Até era um bom lugar, largo, sem estar em cima do passeio. Vou, entretanto, apressada nessa direcção, perdida ainda no que acabei de aprender.
Então? O carro não está aqui?! Ah, claro que não, que aqui foi onde estacionei ontem! Então vamos ver... hummm... ora eu vim por ali, subi, desci aquela, depois estava um parado e eu... Boa já sei!
Subo a rua que desci, e sigo de passo apertado. Estás mesmo tonta, pá. Já nem te lembras onde deixas o carro. E a chuva que cai, que molha.
Desço por outra rua, ainda mais escura, mas que por breves e sucessivos momentos parece dia com os clarões dos relâmpagos. Despacha-te ou ficas encharcada até aos ossos. E eis que estamos já a ver a frente do carro. Comando na mão, aponta, clic.
Nada.
Clic.
Nada.
Mau! Mas o que é que se passa?
Simples, não era o carro certo. A cor sim, o carro não.
aiaiaiaiaiaiaiaiai Mas onde é que puseste tu o carro rapariga? Clic clic clic apontado em várias direcções. Nada.
Pensa, vá. Sim, afinal não foi ontem que estacionaste o carro na outra rua, foi anteontem. Ontem estacionaste aqui. Mas, e hoje? É hoje que precisas do carro e estás a levar com a chuva em cima. Pensa rapariga, pensa.
Então... vim por ali, tentei estacionar ali, mas não cabia... depois passei aquela rua, e ah já sei, saiu um mesmo quando ia a passar. Não subo a rua, avanço por outra em direcção à primeira. Mais luz, mais dia. Despacha-te.
Encontrei-te!
quinta-feira, setembro 20, 2007
Enquanto...
eu agora tenho três dias por semana, em que tenho tempo para não pensar em criancinhas a ir buscar, a dar banho, a alimentar, a secar as lágrimas, a brincar, a pegar e a deitar, o pai tem três dias por semana em que tem de se preocupar em buscar as tais criancinhas, a dar banhos, a alimentar, a secar as lágrimas, a brincar, a pegar e a deitar.
Sabe bem trocar os papéis de vez em quando.
Adenda: Não há segredo nenhum, eu é que comecei o curso de fotografia e portanto não há outra hipótese. O pai cá de casa também trabalha todos os dias até tarde, muito mais tarde que gostaríamos, mas no tempo que durar o curso vai mesmo ter de sair "a horas" e preocupar-se com estas coisas... sozinho.
quarta-feira, setembro 19, 2007
O valor das pequenas coisas
Digam-me, se souberem, o valor das pequenas coisas.
Digam-me, se souberem, o valor dessas pequenas coisas na transformação de momentos que de nada passam a tudo enquanto duram.
Digam-me, se souberem, como aparecem essas pequenas coisas que do nada fazem tudo e geram momentos perfeitos. Perfeitos de tão simples. De uma simplicidade feita de pequenos nadas que se encontraram num acaso feliz.
Digam-me, se souberem, porque não reparamos sempre nestas pequenas coisas. Porque deixamos escapar por entre os passos, estes momentos perfeitos e felizes, na pressa que nos comanda a vida. Na pressa que julgamos ter de ter para nada perder.
Digam-me, então, para quê ter pressa?
Parei. Deixei de ter pressa, e parei. Parei por causa de um som. Um não. Muitos, todos pequenos, todos demasiado simples, demasiado comuns. Parei e deixo-me inundar por todos eles. O som do violino. Da flauta lá longe. Das pessoas que passam apressadas. Das que não têm pressa. Das que riem, conversam e das que conversam com elas. E encosto-me. Os toques de telemóveis. Os assobios. O resvalar dos carros. As línguas que não entendo. A Baixa.
E é perfeito. De uma perfeição nascida do nada. De pequenas coisas. Das coisas simples.
E eu deixo-me ficar encostada, assim, feliz. Perdida em mim, no meio dos outros.
Digam-me, então, porque não pode ser sempre assim?
Digam-me, se souberem, o valor dessas pequenas coisas na transformação de momentos que de nada passam a tudo enquanto duram.
Digam-me, se souberem, como aparecem essas pequenas coisas que do nada fazem tudo e geram momentos perfeitos. Perfeitos de tão simples. De uma simplicidade feita de pequenos nadas que se encontraram num acaso feliz.
Digam-me, se souberem, porque não reparamos sempre nestas pequenas coisas. Porque deixamos escapar por entre os passos, estes momentos perfeitos e felizes, na pressa que nos comanda a vida. Na pressa que julgamos ter de ter para nada perder.
Digam-me, então, para quê ter pressa?
Parei. Deixei de ter pressa, e parei. Parei por causa de um som. Um não. Muitos, todos pequenos, todos demasiado simples, demasiado comuns. Parei e deixo-me inundar por todos eles. O som do violino. Da flauta lá longe. Das pessoas que passam apressadas. Das que não têm pressa. Das que riem, conversam e das que conversam com elas. E encosto-me. Os toques de telemóveis. Os assobios. O resvalar dos carros. As línguas que não entendo. A Baixa.
E é perfeito. De uma perfeição nascida do nada. De pequenas coisas. Das coisas simples.
E eu deixo-me ficar encostada, assim, feliz. Perdida em mim, no meio dos outros.
Digam-me, então, porque não pode ser sempre assim?
terça-feira, setembro 18, 2007
Vou buscá-la à escola...
um pouco mais tarde que o habitual, e encontro-a na sala em frente a comer pão com outros meninos.
Deixo-me estar um pouco com eles a saber das novidades do dia, até que lhe digo:
- vamos embora agora, Joana?
- não, vamos ficar só mais um bocadinho.
- oh filha mas já é tarde, temos mesmo de ir...
- deixa-me só comer mais um bocadinho de pão, mãe... - num tom de ai-que-tenho-tanta-fome-que-já-não-como-nada-há-tanto-tempo
- comes em casa, pode ser?
- temos pão em casa mãe?! - com olhos muito abertos e cara de uau-não-me-digas-que-temos-mesmo-lá-disso
- sim, filha - respondo a medo
- mas eu quero com manteiga - e junta-lhe o look de tem-pena-de-mim-que-aqui-há-manteiga-e-tudo
- ok, com manteiga - e mostrar o meu sorriso 34 ou a-minha-filha-diz-umas-coisas-com-muita-piada-e-sim-temos-pão-e-manteiga-e-com-sorte-também-há-água
- Temos lá manteiga mãe?! - e ai-nem-quero-acreditar-na-sorte-que-tenho-por-isso-o-melhor-é-ir-depressa - Boa! Eu vou comer pãozinho com manteiguinha!
pronto... arranjem-me um buraco se faz favor.
segunda-feira, setembro 17, 2007
Ele dança senhores...
um fim de tarde típico: a sala em pantanas, os desenhos animados do canal dois, ele(s) a dançar.
Sinto-me...
como que a aprender a ler, sempre que começo um novo livro.
E como me sabe bem, essa redescoberta das palavras.
Hoje comecei A casa Quieta de Rodrigo Guedes de Carvalho. Num dia que em tudo combina com o que nele se luta por perceber. Essa névoa que não nos deixa ver o que está para lá do que já se tem como certo.
sábado, setembro 15, 2007
Sobre os miúdos
os miúdos não estão nem melhores nem piores.
O Miguel aparenta ter mais um dente a nascer e a febre da Joana não tem origem em nenhuma virose.
Vamos aguardar mais um pouco.
sexta-feira, setembro 14, 2007
Mãe...
acabei de cumprir uma promessa que te fiz.
E mesmo não te tendo aqui, tenho a certeza que partilhaste comigo as minhas lágrimas de felicidade.
No entanto, trocava já esta conquista pela possibilidade de um abraço teu.
Tenho tantas saudades...
quinta-feira, setembro 13, 2007
Nada como...
receber um telefonema da escolinha a dizer que a miúda está a arder em febre.
Ora bolas.
[pelos vistos a febre dele não tinha mesmo nada a ver com as vacinas, já que a outra menina que está com ele na ama também ficou assim, ele mantém a recusa de comer e agora a Joana ficou igual]
Eu...
andava numa luta desigual com a barriga que teimava em não desaparecer, mas acabei por desistir. Leva lá a taça, pensei eu.
Quando cheguei ao final das férias dei-me conta que estava mais pequena, e nas últimas semanas está mesmo menor (o que não me livra de andar agora com umas peles assim meio engelhadas... blarrghh). Não fiz exercício nenhum, mas usei um creme reafirmante que pelos vistos ajudou (antecipando a pergunta da praxe, neste momento não faço ideia da marca) e tenho andado mais a pé.
Também pensava que vinha mais compostinha das férias e a verdade é que vinha mais leve. As minhas calças de ganga que me obrigavam a ginasticar sempre que as vestia a primeira vez depois de lavadas, entram à primeira com folga e tudo. Hoje experimentei umas calças que já não usava há algum tempo e quase que as apanhei nos pés.
Conclusão, a somar ao quilo perdido nas férias, já perdi mais meio nestas últimas semanas.
Não me estou a queixar, ou melhor, vou-me queixar já a seguir mas até não me chateia nada estar mais elegante (porque eu não tenho nada de magra meninas, tenho o peso certo para a altura que tenho), mas a verdade é que sendo assim, não tenho muitas calças que ainda me sirvam e a esta altura do campeonato refazer o guarda-roupa não é nada a que me possa dar ao luxo.
Posto isto, e por muito que me agrade a leveza, já está bom assim, ok?! Pelo menos durante a próxima estação.
A Crónica do Pássaro de Corda...
Não deixa de ser com um bocadinho de alívio que terminei a leitura deste livro de Haruki Murakami.
É grande, logo pesado (e aqui o tamanho importa porque leio sobretudo no autocarro), com muitos avanços e recuos no tempo, e, realidades que se escapam a qualquer ordem cronológica possível. Depois, muito do que lá está descrito, são coisas que só de imaginar, me arrepiam e me revolvem o estômago. Houve passagens até, que não conseguir ler até ao fim, por pura incapacidade física. Tenho uma imaginação demasiado fértil para certos temas e esta capacidade de conseguir sentir na própria pele determinadas descrições não ajuda nada.
Mas aquela genialidade do autor para nos fazer viver (e acreditar) em realidades impossíveis a cada página que se avança. Aquela capacidade que ele tem de nos prender a cada palavra. Aquela forma de nos ludibriar e surpreender, é qualquer coisa que me faz dar como bem empregue cada minuto passado a lê-lo.
No final do livro, suspirei de alívio por ter acabado de o ler, sim é verdade. Mas no minuto seguinte, já pensava qual seria o próximo livro dele que me apetecia comprar.
E garanto-vos, que este é um dos livros que nunca mais se esquecem... Genial!
Hoje...
a minha capacidade de concentração no trabalho está pelas ruas da amargura. Assim sendo, abro um cantinho ali, outro aqui, e pasmo-me com o que perdi no entretanto.
Como já alguém, que me é muito caro, disse, aqui a vida corre à velocidade da luz.
Mudar mas não muito...
Tenho um gosto muito clássico e não consigo gostar destas últimas modas, sem primeiro passar por um (longo) processo de habituação. Tenho de as ver nos outros e deixar de reparar nelas. Ao mesmo tempo, tenho esta necessidade cada vez mais premente de ousar, de romper com as minhas ideias e gostos já determinados há muito tempo. Como que à procura uma forma de me revitalizar, de rejuvenescer. De fazer corresponder o que se vê por fora com o que sinto cá dentro.
Ontem gostei de uma camisola que à partida nada tem a ver comigo (ou melhor, tem, mas foge à minha normalidade). Mas gostei dela e de me ver com ela e comprei-a.
Hoje de manhã vesti-a.
Chega o pequeno olha para mim com um ar: mas o que é que te passou pela cabeça?! e aponta para a camisola. Toca-lhe, toca-me como que para confirmar que ainda era eu, a mãe dele, ali dentro.
Chego ao pé da maior e ouço: porque é que tens isso vestido?! O isso era a camisola, e o ar dela não era melhor que o do irmão.
Da cara-metade não há qualquer tipo de reparo. Mau sinal.
Mas eu gosto e trouxe-a vestida e sinto-me bem.
Ah! E pus perfume. Há meses que não punha perfume.
Ontem gostei de uma camisola que à partida nada tem a ver comigo (ou melhor, tem, mas foge à minha normalidade). Mas gostei dela e de me ver com ela e comprei-a.
Hoje de manhã vesti-a.
Chega o pequeno olha para mim com um ar: mas o que é que te passou pela cabeça?! e aponta para a camisola. Toca-lhe, toca-me como que para confirmar que ainda era eu, a mãe dele, ali dentro.
Chego ao pé da maior e ouço: porque é que tens isso vestido?! O isso era a camisola, e o ar dela não era melhor que o do irmão.
Da cara-metade não há qualquer tipo de reparo. Mau sinal.
Mas eu gosto e trouxe-a vestida e sinto-me bem.
Ah! E pus perfume. Há meses que não punha perfume.
quarta-feira, setembro 12, 2007
Há precisamente um ano...
tirava uma das minhas melhores fotografias.
Sempre que olho para ela, parece que consigo reviver o momento. Vejo-me a segurar a máquina enquanto as sigo nas brincadeiras. Os braços firmes, o som da água, os risos delas, os olhos fixos nelas, o silêncio, a água, a brisa fresca do final da tarde, o sol que se põe.
Mais que um gosto, fotografar é um prazer.
Um ano depois, vou alimentar um pouco mais esta minha paixão: Curso de Fotografia, aí vou eu!
terça-feira, setembro 11, 2007
E quando...
a cabeça já anda a pregar das suas e pôr-nos a pensar em minhoquices que servem apenas para nos chatear e deprimir, nada como chegar a casa e ter um puto com 40º de febre para nos fazer descer à Terra.
E as porcariazinhas desaparecem, e redescobrimos o que sempre soubemos ser a única coisa que importa, e o mundo todo, desde aqui até à China e voltando pelo outro lado, cabe-nos no colo, num abraço, num beijo apertado.
[ele está melhor e, à partida, é apenas reacção à vacina que levou a semana passada.]
segunda-feira, setembro 10, 2007
Cúmulo do azar (ou da desarrumação)...
Ter os dois conjuntos de pilhas recarregáveis para a máquina fotográfica descarregados, não saber do carregador novo, e, dos dois antigos que tinha, um ter desaparecido e ter oferecido o outro a semana passada.
Depois de dia e meio sem fotos, estou a começar a ressacar.
domingo, setembro 09, 2007
Dicionário Miguelês-Português
Porque ainda nunca tinha feito um registo destes para ele, aqui vai:
quéies - queres
cão
ga-tu - gato
tá-tau - tau-tau
atão - então
caca
pa-piu - piu-piu
vião - avião
doix - tês! - dois - três
papa
papai - papar
caiu
fugiu
bebé
mnina - menina
andacá - anda cá
patás - para trás
memaminha - maminha
ma-ma - mana
mãiii - mãe
paiii - pai
papá
mamã
cócó
tshi-tshi - xixi
giuuu - gil
na-na - mariana
an-to-iuuuu - António
vó - avó
vô - avô
tiiia - tia
goncau - Gonçalo
dá
mau
Diário de uma remodelação - Dia 7
Hoje* lá conseguimos dar um avanço e depois de voltar a lixar melhor todas as peças, as primeiras demãos foram dadas na estante e na cama.
Confesso que pensava que pintar à pistola fosse bem mais fácil do que é na realidade, mas depois de se apanhar o jeito até se torna bem mais rápida.
A cama também me está a dar mais luta que imaginei. Nem o primário adere a 100% aos bonecos de plástico por isso tem sido um avanço aos soluços, com várias experimentações para ver qual resulta melhor.
E como os contra-tempos parece que aparecem aos pares, a parede onde foi pintado o quadro está tão direitinha que não conseguimos fixar a moldura à parede, nem com pregos líquidos nem com preços de aço. Acho que vamos ter mesmo de cravar ajuda profissional para resolver esta.
* ou melhor dizendo, ontem, porque isto foi publicado já depois da meia-noite e não dei conta :p
Confesso que pensava que pintar à pistola fosse bem mais fácil do que é na realidade, mas depois de se apanhar o jeito até se torna bem mais rápida.
A cama também me está a dar mais luta que imaginei. Nem o primário adere a 100% aos bonecos de plástico por isso tem sido um avanço aos soluços, com várias experimentações para ver qual resulta melhor.
E como os contra-tempos parece que aparecem aos pares, a parede onde foi pintado o quadro está tão direitinha que não conseguimos fixar a moldura à parede, nem com pregos líquidos nem com preços de aço. Acho que vamos ter mesmo de cravar ajuda profissional para resolver esta.
* ou melhor dizendo, ontem, porque isto foi publicado já depois da meia-noite e não dei conta :p
quinta-feira, setembro 06, 2007
Os manos cá de casa...
são do mais meloso que há:
Ele é festas quando a vê. Ele é gritinhos, abracinhos e beijinhos repenicados - especialmente nos reencontros e ao acordar. Ele é todo saudades sempre que se separam. Ele é a sombra dela e quer fazer tudo o que ela faz. Como ela faz. Só o que ela faz. Ele é louco por ela. Ele é o seu protector e protegido. Ela é toda por ele e ele é tudo para si. É fonte de mimo, de apoio e atenção. É companheira e professora nas suas descobertas. É um mar de saudades nas mínimas separações. Ela previne-lhe as quedas, afasta-o dos perigos, consola-o na dor.e do mais impossível que há:
Ele considera-a como sendo o seu brinquedo preferido para morder, arranhar, beliscar, trepar, massacrar, puxar os cabelos e enervar. Ela aperta-o, toma-o no colo pelo pescoço, belisca-lhe as orelhas e tira-lhe as coisas que antes dele foram dela.Mas como manos que são:
Ele depois da asneira pede-lhe desculpas (escupa!) sentidas e dá-lhe abracinhos e beijinhos, sem que seja preciso pedir-lhe. Ela recusa-se a retribuir-lhe da mesma moeda quando ele a magoa, mesmo quando são os pais a dizer-lhe para o fazer, e deixa-se ficar ali, imóvel, enquanto ele faz dela gato-sapato, chora sentida para depois, mesmo a soluçar, rir de felicidade com as desculpas dele.E abraçam-se e mimam-se e gostam-se. E batem-se e aleijam-se e perdoam-se. E se ser mano não é ser isto não sei o que será.
quarta-feira, setembro 05, 2007
Monólogos...
- em Janeiro bati com o carro A, certo?
- certo!
- e a seguradora deu o carro A como perda total e reembolsou-me do valor seguro?
- sim!
- em troca, passei-lhes a propriedade do carro A, correcto?
- óbvio!
- então porque é que agora, a um mês da suposta data de vencimento do seguro do carro A que já caducou com o acidente, me enviam a cartinha para pagar o prémio do seguro do carro A...
- aquele que já não existe?
- se existe não sei, mas que já não me pertence, não.
- ah!
- continuando, porque é que me enviaram agora a tal carta para renovar um seguro que já foi anulado em Janeiro?
- mas enviaram mesmo a carta?
- sim
- daquelas a sério que são entregues por carteiros e tudo?
- exactamente. Duas folhinhas de papel escritas só de um lado, dentro de um envelopezinho, também de papel, com taxa paga, que me deixaram hoje na caixa do correio.
- e o papel era reciclado?
- pelo menos parece.
- menos mal
- hum hum
- mas era mesmo para pagares o prémio do ano que vem?
- pois... e para me informarem que tiveram de proceder a um reajuste.
- ou seja, reajustaram e querem que pagues um prémio referente a uma apólice caducada de um carro que já não é teu?
- hã hã.
...
- já percebi tudo, pá!
- já? Então explica-te!
- e mais, ou muito me engano, ou quando telefonares para a seguradora eles vão dizer exactamente a mesma coisa que eu, vais ver!
- aiii, já me estás a pôr nervosa, anda diz lá!
- então... foi um problema informático! Olha, vai por mim e não confies nessas coisas de computadores e internetes e tal e coiso... é só problemas, pá, é só problemas!
Conversas com ele...
Ao jantar, a Joana não pára de bater com os pés no móvel.
tum, tum, tum, tum, tum, tum
- Joana, eu já te avisei para parares de bater com os pés! - digo-lhe eu pela décima vez consecutiva.
(pausa)
tum, tum, tum, tum, tum, tum
tum, tum, tum, tum, tum, tum
tum, tum, tum, tum, tum, tum
- Joana, ou páras já de bater com os pés ou levas uma palmada! - num tom de quem não está para brincadeiras e cara de má.
- Eeeehhhhh! - grita-me ele com cara de poucos amigos.
- Mas o que é que foi? Não posso ralhar com a mana, não?!
- NÃO! - é a resposta pronta, de sobrolho franzido, bochechas bem cheias e boquinha de mimo.
Ah, ok. Era só para saber...
tum, tum, tum, tum, tum, tum
- Joana, eu já te avisei para parares de bater com os pés! - digo-lhe eu pela décima vez consecutiva.
(pausa)
tum, tum, tum, tum, tum, tum
tum, tum, tum, tum, tum, tum
tum, tum, tum, tum, tum, tum
- Joana, ou páras já de bater com os pés ou levas uma palmada! - num tom de quem não está para brincadeiras e cara de má.
- Eeeehhhhh! - grita-me ele com cara de poucos amigos.
- Mas o que é que foi? Não posso ralhar com a mana, não?!
- NÃO! - é a resposta pronta, de sobrolho franzido, bochechas bem cheias e boquinha de mimo.
Ah, ok. Era só para saber...
Desfralde, ou qualquer coisa parecida com isso...
O Miguel depois de nos ter espantado com pedidos para ir à casa-de-banho antes das férias e de acertar, deixou-nos tentados a experimentar deixá-lo andar mais "ao fresco" nas férias, sem qualquer objectivo específico.
A Joana também começou a dar os mesmo sinais com a idade dele e o processo até se revelou fácil, mas os rapazes costumam ser mais tardios nestas coisas e não estava à espera destes sinais tão cedo. Embora contando com o grande entusiasmo da ama que o deixava andar lá em casa sem nada, nós mantivemos o nosso cepticismo.
Mas com as férias à porta, e o suposto calor a aparecer, pensámos que não perdíamos nada em deixá-lo andar em casa de cuequita. Ele transpirava menos (o que este menino sofre com o calor) e se a coisa pegasse pegava, se não, eram menos umas fraldas que se tinham posto.
No entanto, logo nos primeiros dias depois de uns quantos xixis no chão (e não só) e a recusa absoluta e gritada de se sentar no bacio ou no redutor, desistimos da ideia.
Imaginem portanto, qual não é o meu espanto, quando a primeira coisa que ele faz quando voltou a entrar na nossa casa-de-banho, cinco semanas depois, é pedir para se sentar na sanita e de ficar lá tempos a fio, todo contente.
Desde que chegámos, é ele que pede todas as manhãs, assim que acorda, para ir fazer cócó e tshi-tshi. Embora nos dias anteriores, não se tenha passado do senta-levanta-cócó?-nu háaaa-senta-levanta-cócó?-nu háaaa, hoje acabou mesmo por fazer e foi uma festa.
Sendo assim, agora e aproveitando que ainda está calor, decidimos avançar nem sabemos bem em direcção a quê e passa a andar de cuecas durante o dia.
Foi dele que partiu o interesse e é esta janela que não queremos perder, como nos aconselhou o pediatra quando aconteceu o mesmo com a Joana. Se ele nos está a dar sinal, o melhor é aproveitar sem esperarmos grandes resultados e manter a esfregona à mão de semear...
Vamos então ver como isto corre.
Obrigada...
pela força que me deixaram em baixo ou que me fizeram chegar de outras formas.
O passo foi dado e agora só me resta esperar.
O mais difícil já está... ou então... não!
Depois direi.
[seja como for, aquele peso que andava cá dentro a incomodar-me já cá não mora, e só por isso, valeu a pena]
terça-feira, setembro 04, 2007
Vou...
dar um passo que pode mudar tudo daqui para a frente.
Mesmo que a coragem ainda não tenha cá chegado, a determinação dá mostras de já não querer esperar muito mais, por isso, vou e espero que ela me apanhe pelo caminho.
segunda-feira, setembro 03, 2007
Regresso às lides...
Estava com medo do regresso à rotina. Quer dizer, não sentia verdadeiramente medo, mas mais um certo receio por eles estarem fora tanto tempo, especialmente sendo as duas útimas semanas passadas apenas com os avós.
Mas o mimo todo de que estava à espera não apareceu, e fora uma necessidade dele de nos manter mais próximos, não os notei "estragados" pelas atenções todas que receberam nestes tempos.
No entanto, não sabia bem como eles iam reagir ao regresso à rotida dos dias de semana. Eles e eu, verdade seja dita, que me sabia muito bem poder acordar uma hora mais tarde.
O dia começou cedo, uma hora mais cedo, e, a única coisa difícil foi tirá-la da cama.
Não custou vesti-los e ninguém protestou da roupa escolhida (digamos que a roupa da única alminha que já tem opinião própria neste assunto, foi meticulosamente pensada para evitar narizes torcidos no primeiro dia). Comeu o pequeno-almoço num instante e sem protestar, mesmo não sendo aquilo que lhe apetecia (aqui falhámos porque nos esquecemos de comprar os pãezinhos de leite de que ela tanto gosta ao pequeno-almoço). Os sacos estavam preparados e não houve esquecimentos de nada (embora a roupa extra dela em vez de ficar na escola, tenha vindo trabalhar comigo). Ele não chorou para ficar na ama e ela estava tão radiante por ser da sala dos crescidos, que nos despachou com um beijo a cada um e desapareceu da nossa vista com a nova educadora.
Se por um lado não tinha pressa nenhuma de voltar à rotina, este primeiro dia encheu-me as medidas.
Podiam era ser todos como este, não?
E quando se regressa a casa com dois miúdos...
que andaram "à solta" durante cinco semanas, e se tenta tomar um pequeno-almoço sem que eles tenham enchido os pulmões com ar fresco primeiro, o que é que se faz?!
Desiste-se, pega-se na criançada e toca de ir tomar o pequeno-almoço numa esplanada com bastante espaço para correrem, e, de seguida, toca a fazer uns joguinhos de bola e umas corridinhas para os estoirar mais um bocadinho.
O resultado foi o pretendido. Apenas dispensávamos a birra de sono dele no regresso.
Acho que temos aqui uma confusão! concluiu ela, ao ver o espectáculo por ele armado, enquanto penteia pela décima quinta vez o raio da boneca Winx-que-agora-não-larga-e-que-até-o-cinto-no-carro-tem-de-pôr.
Desiste-se, pega-se na criançada e toca de ir tomar o pequeno-almoço numa esplanada com bastante espaço para correrem, e, de seguida, toca a fazer uns joguinhos de bola e umas corridinhas para os estoirar mais um bocadinho.
O resultado foi o pretendido. Apenas dispensávamos a birra de sono dele no regresso.
Acho que temos aqui uma confusão! concluiu ela, ao ver o espectáculo por ele armado, enquanto penteia pela décima quinta vez o raio da boneca Winx-que-agora-não-larga-e-que-até-o-cinto-no-carro-tem-de-pôr.
O regresso à casa amarela...
foi feito ainda no sábado, depois do jantar. Dormiram a viagem toda e quando chegámos apenas ele despertou com o ladrar dos cães.
Cão! Cão! (acabou-se o "con") e despertou de uma maneira que depois o difícil foi adormecê-lo.
Quando a trouxe para dentro, ela despertou o suficiente para lhe sussurrar: olha o teu quarto novo! mais para a ambientar à nova disposição que outra coisa. Olhou à volta, deitei-a e adormeceu na hora.
De manhã, cedo para não variar, ele dá sinal que quer sair da cama e depressa! Trazemos o miúdo para ao pé de nós para a deixar dormir mais um pouco, e com um bocadinho de sorte, dormirmos nós também mais qualquer coisa. Quando ele decide que está na hora de comer, damos com ela sentada na cama, agarrada à sua nova boneca Winx e à sua Minnie de sempre, a olhar para o quarto todo.
Está bonito! Gosto muito! Tem muitas cores! Posso desenhari?!
Mesmo não tendo ficado pronto a tempo, o nosso trabalho foi aprovado por quem mais percebe de quarto de miúdos... os próprios miúdos!
Cão! Cão! (acabou-se o "con") e despertou de uma maneira que depois o difícil foi adormecê-lo.
Quando a trouxe para dentro, ela despertou o suficiente para lhe sussurrar: olha o teu quarto novo! mais para a ambientar à nova disposição que outra coisa. Olhou à volta, deitei-a e adormeceu na hora.
De manhã, cedo para não variar, ele dá sinal que quer sair da cama e depressa! Trazemos o miúdo para ao pé de nós para a deixar dormir mais um pouco, e com um bocadinho de sorte, dormirmos nós também mais qualquer coisa. Quando ele decide que está na hora de comer, damos com ela sentada na cama, agarrada à sua nova boneca Winx e à sua Minnie de sempre, a olhar para o quarto todo.
Está bonito! Gosto muito! Tem muitas cores! Posso desenhari?!
Mesmo não tendo ficado pronto a tempo, o nosso trabalho foi aprovado por quem mais percebe de quarto de miúdos... os próprios miúdos!
domingo, setembro 02, 2007
Quando chegámos...
eles dormiam um sono profundo.
Mesmo ali, naquela escuridão que a luz tímida do ecrã do telemóvel não conseguia vencer, deu para ver que tinham crescido. Mesmo ali e sem lhes pegar, via-se que estavam mais pesados.
Durante a noite um gemido bastou para que trouxéssemos o mais pequeno para o nosso meio. Senti-lo ali, a dar-nos mimo enquanto dormia, quase que me tirou o sono, de tão bem que me sabia.
Despertou com a primeira claridade, e por mais que tentasse era impossível descrever o ar dele, quando se viu ao pé de nós. Um misto de alegria com descrédito. Ora fitava um, ora fitava o outro. Ora se ria, ora franzia o sobrolho de desconfiança.
A festa que nos fez. As gargalhadas. O mimo.
Passado um bom bocado, lembra-se da mana. Ma-ma! e corre para ela como se lhe quisesse dar a novidade em primeira mão.
Ma-ma! E sobe a cama para cima dela, e beija-a e abana-a até acordá-la. Ma-ma!
E ela acorda, sem grande vontade, vê-me com aqueles olhos ainda pesados de sono e exclama: Hoje é sábado!
E era mesmo!
Subscrever:
Mensagens (Atom)